O diálogo de saberes – tradicionais e científicos – é uma das premissas político-metodológicas básicas da Campanha em Defesa do Cerrado, trazendo potência para um maior conhecimento das riquezas da sociobiodiversidade dos cerrados e na interpretação dos desafios que enfrentamos ao buscar defendê-las. Esse diálogo permite desconstruir visões coloniais e equivocadas acerca dessa imensa e diversa região ecológica, em especial aquelas que tratam o Cerrado como homogêneo e ordinário, passível de ser devastado para dar lugar a pastos, monocultivos, mineração e infraestruturas. Apresentamos nesta Parte I uma leitura do contexto – que justifica a presente acusação – que foi alimentada por processos de diálogo de saberes, alguns dos quais já sistematizados em publicações diversas que nos servem de referência.