Mulheres Sem Terra mobilizam-se em defesa da vida neste 8 de março
Ações unificadas serão realizadas contra as violências, os retrocessos do governo Bolsonaro e pela vacinação em todo país.
No momento mais difícil da pandemia, que assola o Brasil e que – até o momento – já matou mais 260 mil pessoas, mulheres de mais de 80 organizações do campo popular, se unem para dar apoio e espalhar solidariedade em ações nos quatro cantos do país.
As atividades contarão com ciclos de formação e de conversa, revitalização de jardins e bosques da biodiversidade, plantio de árvores, doação de sangue, distribuição de marmitas e doações de alimentos e produtos de higiene. As ações se somam à Jornada Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis “, iniciada em 2019, e às atividades do Centenário de Paulo Freire, comemorado este ano.
Sob o lema “Mulheres pela vida semeando resistência, contra a fome e as violências”, as mulheres Sem Terra pautam a necessidade da luta permanente pela vacina para todas e todos os brasileiros, pela manutenção do auxílio emergencial e contra todas as formas de violência.
É sabido que durante o período de isolamento, a violência contra as mulheres aumentou em todo o país. O Brasil registrou 648 feminicídios no primeiro semestre de 2020, 1,9% a mais que no mesmo período de 2019, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em recente declaração a diretora global da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, afirmou que, neste momento, “a violência contra a mulher é uma pandemia tão devastadora quanto o coronavírus”.
Diante disso, é preciso reafirmar o compromisso em seguir lutando e mobilizando-se em ações práticas como poderá ser visto abaixo. É importante também ressaltar que toda a programação foi pensada de maneira a respeitar o momento em que vivemos. Todos os protocolos de saúde e segurança serão rigorosamente respeitados.
Ações pelo Brasil
Na região Amazônica estão previstas carreatas e doação de sangue, além de uma live em conjunto com a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia.
No Nordeste, em estados como Bahia, Paraíba, Alagoas, Piauí, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Ceará, está prevista uma campanha massiva de plantio de árvores, doação de sangue, rodas de conversa on-line, doações de máscaras e produtos de higiene, além da já tradicional doação de alimentos cultivados em acampamentos e assentamentos do MST.
No Sudeste serão realizadas ações de denúncia em conjunto com a Frente Brasil Popular sobre a conclusão das obras do Hospital Público Regional de Divinópolis, em Minas Gerais, que deveria ter acontecido em 2012. Quase dez anos depois, a construção ainda não foi finalizada. Os trabalhos no local sofreram diversas interrupções por conta da falta de recursos. A última interrupção foi há quatro anos e dura até hoje.
Por enquanto, não há previsão de quando serão retomadas as obras no local, enquanto isso, pacientes sofrem com a falta de leito no estado. Mutirão de doações de sangue, denúncia contra a violência no estado e a distribuição de mais de 1,5 toneladas de alimentos e de itens de higiene e limpeza também está marcada.
Na capital fluminense as atividades vão desde a distribuição de marmitas, doação de sangue e de alimentos in-natura até uma programação especial que será realizada em conjunto com o Instituto Marielle Franco.
O estado de São Paulo segue a mesma linha de atividades, com encontros on-line que tem como objetivo debater o cuidado físico e emocional em tempos de pandemia. Alimentos também serão entregues em vários pontos do estado.
Uma carreata está sendo construída no Espírito Santo em articulação com o Fórum Estadual de Mulheres e com a Via Campesina.
Já no Centro-Oeste está marcada para essa sexta-feira (5/3), uma plenária on-line da CLOC Mujeres – Via Campesina, que vai debater as ações de luta e os desafios enfrentados pelas mulheres durante a pandemia.
Confira o vídeo e aprenda o lema da Jornada de Lutas das Mulheres Sem Terra:
Fonte: MST - Brasil