Pesquisa sobre cultivo de milho desenvolvida na UFSC tem repercussão internacional
O artigo “Análise proteômica comparativa entre milho geneticamente modificado cultivado em diferentes agroecossistemas no Brasil”, desenvolvido por membros do Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais e publicado em dezembro de 2013 na revista Proteome Science, foi acessado cerca de cinco mil vezes nos últimos seis meses.
A revista, especializada em aspectos metodológicos relacionados aos estudos funcionais e estruturais do proteoma – conjunto de proteínas e suas variantes que podem ser encontradas em uma célula específica – é referência em sua área e classificada como A2 no ranking Capes/Brasil, segunda maior qualificação. O artigo brasileiro, primeiro a evidenciar diferenças moleculares entre organismos geneticamente modificados e seus respectivos convencionais, está atualmente entre os dez com maior número de downloads do site da revista.
Participaram da pesquisa a doutoranda Sarah Agapito-Tenfen, os professores Miguel Pedro Guerra e Rubens Onofre Nodari, e o pesquisador norueguês Odd-Gunnar Wikmark. O objetivo foi comparar o proteoma do milho transgênico e o do convencional e, ainda, observar a influência de estímulos do ambiente externo. Para isso, foram cultivadas as duas variedades do grão em diferentes agroecossistemas de Santa Catarina, localizados em Campos Novos e Chapecó. Em seguida, amostras desses cultivos foram coletadas e analisadas em laboratório.
O resultado apontou 16 proteínas diferentes entre o milho geneticamente modificado e o convencional em cada ambiente. Também foi concluído que essas diferenças dependem de onde o grão foi cultivado, ou seja, é altamente dependente do ambiente. As evidências sugerem que o milho convencional é mais estável, isto é, varia menos em relação ao transgênico em diferentes agroecossistemas. Essas alterações podem ter efeitos na saúde humana, animal ou no meio ambiente, que podem não ser detectados pelas técnicas utilizadas atualmente nas análises de risco de organismos geneticamente modificados. Como a abordagem do estudo não foca o efeito do transgene, a indicação é que poderá haver riscos, e que estes devem ser confirmados por técnicas adequadas.
O artigo também foi publicado ou mencionado em diversos sites especializados nacionais e internacionais, como Third World Network, GMO Evidence, Centro de Estudos Ambientais e AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia. É possível realizar gratuitamente o download do artigo completo no site da revista Proteome Science.
Mais informações:
Sarah Agapito-Tenfen – moc.liamg@orgaharas
Agecom / Diretoria-Geral de Comunicação/ UFSC
Fernanda Costa/Estagiária de Jornalismo - moc.liamg@atsocvradnanref
Claudio Borrelli / Revisor de Textos
Fuente: Noticias da UFSC