Para Via Campesina, fracasso da OMC em Genebra traz esperança aos agricultores

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“O impacto de dez anos de OMC na distribuição de renda no mundo é desastroso: um relatório recente da ONU mostra que, ao contrário dão senso-comum, a liberalização do comércio gera pobreza e precariedade”, declarou, em nota, a Via Campesina Internacional

A conferência ministerial da OMC (Organização Mundial do Comércio) foi encerrada no último sábado em Genebra (Suíça) sem avanços. Os ministros participantes não entraram em acordo sobre o que estão dispostos a abrir mão para liberar suas fronteiras aos produtos estrangeiros.

“O impacto de dez anos de OMC na distribuição de renda no mundo é desastroso: um relatório recente da ONU (Organização das Nações Unidas) mostra que, ao contrário dão senso-comum, a liberalização do comércio gera pobreza e precariedade”, declarou, em nota, a Via Campesina Internacional.

A crise da Rodada de Doha, como está sendo chamada essa fase de negociações na OMC, é considerada um alívio temporário para os trabalhadores e as trabalhadoras. Os riscos de perder o emprego com a transferência fábricas de um país para o outro ou ter a pequena propriedade substituída pelo agronegócio parecem um pouco mais distantes.

Mas esse intervalo será curto se a OMC for substituída por acordos bilaterais de livre-comércio, como alerta a Via Campesina. “Não queremos que esses acordos sigam as mesmas políticas da OMC. Nós queremos políticas agrícolas cuja legitimidade seja reconhecida pelos consumidores, produtores e a comunidade. As políticas da minoria não deveriam comprometer a viabilidade da maioria agrícola. Nós precisamos de instituições que regulem o comércio internacional e garantam trocas baseadas na justiça e na solidariedade”, diz a nota.

A Via Campesina convidou todos os governantes a defenderem o direito à soberania alimentar ao invés das políticas neoliberais. “O fracasso da rodada de Doha traz a oportunidade de reformar as políticas agrícolas e reconsideraram as regras do comércio internacional”, conclui.

Fonte: Últimas do MST , 6-7-06

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