Jornada Unitária do campo segue mobilizando milhares de pessoas em todo país

Idioma Portugués
País Brasil

Até o momento, cerca de 12 mil pessoas estão mobilizadas em dez estados. Começou nessa segunda-feira (5) e vai até a próxima quarta (7) em todo país, a Jornada de Lutas Unitária dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, organizada por movimentos populares, sindicais e pastorais que atuam no campo brasileiro.

A questão agrária é a pauta principal da jornada, que tem entre as suas reivindicações o assentamento imediato das mais de 120 mil famílias acampadas em todo o país, a revogação da lei que permite a venda indiscriminada de terras para estrangeiros, a defesa da produção de alimentos saudáveis e de políticas de transição para a agroecologia.

Outro ponto tratado durante a Jornada é o desenvolvimento e infraestrutura no campo, como o fortalecimento de programas estruturantes, assistência técnica e demais programas que garantem a produção da agricultura familiar e camponesa.

Os manifestantes também vão às ruas contra a retirada de direitos, contra a criminalização dos movimentos populares e, principalmente, contra o golpe e pela democracia após a violação da Constituição brasileira pelo Congresso Nacional e pela elite econômica e política do país que levou Michel Temer à Presidência da República.

Confira as ações dessa segunda-feira (5)

Brasília

Na capital federal, o principal polo de mobilização dessa Jornada, duas mil pessoas ocuparam na madrugada de hoje (5) o Ministério do Planejamento, na Esplanada dos Ministérios.

As atividades da Jornada de Lutas Unitária estarão concentradas neste local, onde já está sendo montando um acampamento que durará até o dia 7, quando os manifestantes também se integrarão às ações do Grito dos Excluídos.

Alagoas

Numa unidade entre os movimentos sociais do campo e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Alagoas (Fetag-AL), mais de cinco mil trabalhadores rurais iniciaram mobilização na capital alagoana. Partindo da praça Sinimbu, os camponeses realizaram marchas e atos públicos pelas ruas do Centro, defendendo políticas públicas que colaborem no desenvolvimento do meio rural. Já no Alto Sertão do Estado, os camponeses marcharam entre Senador Rui Palmeira e São José da Tapera, com um contingente de duas mil famílias.

Participaram das mobilizações além da Fetag-AL, a CPT, Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Unidos pela Terra (MUPT), Via do Trabalho e Terra Livre.

Os trabalhadores também ocuparam o Tribunal de Contas da União (TCU)

Ceará

Cerca de dois mil trabalhadores/as rurais ocuparam na manhã desta segunda-feira (05) seis agências do Banco do Nordeste, nos municípios de Santa Quitéria, Quixadá, Crateús, Quixeramobim, Itapipoca e Canindé.

Dentre as reivindicações está o assentamento imediato das 120 mil famílias acampadas em todo Brasil, demarcação de terras indígenas e a não retirada de direitos pelo governo golpista de Michel Temer.

Porto Alegre

Por Reforma Agrária, contra o golpe e a retirada de direitos, cerca de dois mil trabalhadores Rurais Sem Terra ocupam desde a manhã desta segunda-feira (5) o pátio do Incra e do Ministério da Fazenda em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Os agricultores exigem a retomada da Reforma Agrária com o assentamento de 2,3 mil famílias acampadas no estado e a suspensão da decisão do TCU de penalizar mais de 578 mil assentados no país por considerá-los irregulares.

No RS, onde há em torno de 13 mil famílias assentadas, segundo informações do Incra, mais de 10,5 mil beneficiários da reforma agrária encontram-se em situação de irregularidade.

Camponeses e camponesas em marcha pela reforma agrária. Foto: Ésio Melo (CPT)

Rio Grande do Norte

600 famílias Sem Terra ocuparam na madrugada desse domingo (04), uma área improdutiva de 300 hectares localizada na Zona Norte de Natal (Parque dos Coqueiros). O terreno é de posse da família do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Farias (PSD).

Nesta segunda-feira (05), questão agrária é a pauta principal da jornada e cerca de 300 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocuparam o Incra, em Natal, Rio Grande do Norte.

Segundo, Lucenilson Angelo, da direção nacional do MST, nos últimos meses, com a crise econômica e com os meses de instabilidade política que consolidou o golpe que levou o então vice-presidente Michel Temer à Presidência da República, a situação da população do campo piorou significativamente.

Paraná

Cerca de mil integrantes do MST, de todas as regiões do Paraná, ocuparam o Incra na manhã desta segunda-feira (5). Os trabalhadores também denunciam a ameaça à soberania nacional, a criminalização dos povos indígenas, quilombolas, mulheres e a paralisação de diversas políticas públicas, como as que envolvem o andamento da Reforma Agrária, tais como: o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária (ATES), Terra forte, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa Minha Casa Minha Vida.

Espírito Santo

Em Vitória, cerca de 300 Sem Terra ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Além de reivindicar as pautas da Jornada de Lutas Unitária os trabalhadores também protestam contra o golpe e a retirada de direitos significativa da classe trabalhadora.

Mato Grosso

Desde domingo (04), cerca de 250 integrantes do MST de todas as regiões do estado de Mato Grosso, ocupam a sede do Incra.

 

Os trabalhadores exigem o assentamento imediato das duas mil famílias que se encontram ainda acampadas, a efetivação dos assentamentos a adequação de infraestrutura dos assentamentos já existentes e a agilidade no processo de regularização das famílias beneficiarias da Reforma Agrária junto ao TCU.

 

Maranhão

200 famílias Sem Terra ocuparam nessa manhã (5) a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)
Os manifestantes exigem o fortalecimento do instituto, e o assentamento imediato das famílias acampadas em todo estado.

 

São Paulo

 

Cerca de 150 Sem Terra bloquearam a rodovia Anhanguera, km 340 no início da manhã dessa segunda-feira (05).

Além do golpe de Estado, os trabalhadores denunciaram o bloqueio de políticas públicas, a paralisação da Reforma Agrária e a retirada de direitos da classe trabalhadora. Recentemente o TCU, em uma ação que supera suas atribuições constitucionais, determinou a paralisação completa da Reforma Agrária, enquadrando através de uma metodologia questionável, 578 mil beneficiários das políticas públicas no campo.

Pernambuco

Cerca de 500 Sem Terra ocuparam a sede do Incra e os vão permanecer no local até a próxima sexta-feira (9).

A ocupação faz parte da Jornada de Lutas Unitária e além das pautas já apresentadas, os Sem Terra exigem a desapropriação de área para fins de Reforma Agrária e também acesso ao crédito para agricultura familiar.

 

Fuente: MST - Brasil

Temas: Criminalización de la protesta social / Derechos humanos

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