FSM: agenda internacional contra as transnacionais
Indígenas debatem estratégias para enfrentar o saque de recursos naturais de seus povos. A busca das transnacionais por recursos naturais ameaça os povos indígenas, no Chile, no Equador ou no Brasil. Esse foi um dos temas discutidos em seminário do FSM, no dia 26
Recursos Naturais
Para Marinaldo Trajano, do povo Makuxi, coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), as terras indígenas são especialmente visadas para exploração econômica porque concentram grande parte dos recursos naturais preservados, além dos conhecimentos que os povos guardam sobre plantas e animais. “Sem consultar os povos, os governos falam de patenteamento dos saberes indígenas, de privatização em terras indígenas. Precisamos estar unidos e construir uma agenda internacional que se coloque contra isso”, afirmou.
A experiência apresentada pelos indígenas do povo Mapuche que vivem no Chile é exemplo de como os interesses privados – sobretudo dos grandes grupos econômicos internacionais - têm tomado espaco nas terras indígenas. Segundo Vladimir Mapuche, a producão de eucaliptos ocupa 11.500 hectares de terras de seu povo no Chile. O presidente Ricardo Lagos, que deixou o governo do país há menos de um mês, permitiu também o aumento de exploração madeireira em terras indígenas. A presenca de centrais hidreletricas é outro dos desafios encontrados pelos indígenas chilenos. “Mais da metade das centrais hidrelétricas do Chile estão concentradas em terras indígenas no sul do país. Não respeitam as leis ambientalistas e indígenas”, afirma o Mapuche.
No Equador, um dos problemas mais graves é a exploração de petròleo sem autorização das comunidades. “Não nos consultram e não queremos as petroleiras. Elas vão obrigar o povo a sair de suas terras, trazem doenCãs, contaminam os rios e o habitat principal de um povo vai avabar. Isso condena este povo ao fim”, afirmou Humberto Cholango. Já os indígenas do povo Pemon, da Venezuela, afirmaram que a exploração de carvão em suas etrras cresce de 8 mil para 32 mil toneladas nos últimos anos, e que este é um dos problemas entre a administracão do presidente Hugo Chávez e os 32 povos que vivem neste país.
Priscila D. Carvalho
De Caracas
Fuente: Brasil de Fato