Educação em agroecologia é exemplo em municípios da Bahia
Prefeito do município de Alcobaça busca incluir Agroecologia na matriz escolar do município através da experiência da Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto.
Na manhã da última quinta-feira (19), a Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto, localizada no assentamento agroecológico Jacy Rocha, município do Prado-BA, recebeu a visita do prefeito Zico de Baiato e do secretário de educação Carlos Lindemberg, do município de Alcobaça, e de representações da direção regional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST.
O encontro foi realizado com o objetivo de dialogar sobre as experiências de educação e o compromisso de manter a agroecologia na matriz curricular das escolas do município de Alcobaça. Alcobaça é uma das primeiras cidades do território do extremo sul da Bahia a ter em seu currículo escolar a Agroecologia como componente.
Mais de 50% das escolas do município de Alcobaça estão localizadas no campo, e a maioria dos seus educandos são oriundos de famílias camponesas. “Tudo passa pela educação, e o município e seus gestores têm o compromisso de assumir uma educação do povo, que atenda camponeses, indígenas, quilombolas e quem vive na cidade. Estamos juntos na discussão que seja benéfica para o município e o primeiro passo é a sensibilização e a formação, mostrando a importância e relevância do tema da agroecologia para o município”, afirmou o secretário de educação Carlos Lindemberg.
A atividade contou com uma visita pelas áreas produtivas da Escola Popular e o compromisso de implantação do componente na matriz curricular do município. O prefeito Zico de Baiato, que vem de família camponesa, lembrou que o município tem 70% de seu território afetado pelo monocultivo de eucalipto e o impacto das multinacionais tem acarretados mais problemas que soluções para o território.
Desde 2014, a Escola Popular Egídio Brunetto vem construindo a agroecologia nos assentamentos de reforma agrária da região, publicando inclusive o caderno “Agroecologia na Educação Básica”, com propostas teóricas, metodológicas e curricular para agroecologia nas escolas.
Para Eliane Oliveira Kay, da direção estadual do MST, enquanto movimento social, o MST levanta bandeira da agroecologia como forma de vida. “Construímos esse processo na prática mas também na teoria. Não basta a agroecologia acontecer na transversalidade, é necessário uma sensibilização do todo, que a gente discuta a raiz do problema. Queremos que nas escolas a agroecologia seja uma disciplina, e para isso é necessário ser consolidado no currículo, ter professores que sejam especializados no tema e tenham compromisso com a educação do campo”.
“As escolas não atuam somente com os educadores e educandos, mas também com os agricultores, pescadores, ribeirinhos, indigenas e a educação precisa dialogar com a cultura e modo de vida de cada um”, conclui Kay.
*Editado por Fernanda Alcântara
Fonte: MST - Brasil