Brasil: autoridades apóiam ação de camponesas em ato pela biodiversidade
“A ação das mulheres camponesas no horto-florestal da Aracruz é positiva porque não é omissa e despertou a sociedade para o problema das monoculturas voltadas exclusivamente para a exportação”. A afirmação foi feita pelo governador do Paraná, Roberto Requião, na manhã desta quarta-feira (29), durante um ato em que integrantes da Via Campesina plantaram duas mil mudas de árvores nativas da região
A atividade aconteceu no Parque Newton Freire, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
Durante o evento, foram plantadas espécies típicas do Sul, como a bracatinga e a aroeira. Segundo os organizadores - Via Campesina e governo do Paraná - o plantio vai ampliar a biodiversidade local, neutralizar gases estufas e contrapor os prejuízos provocados pela monocultura de pinus e eucalipto pelas transnacionais.
Além dos cinco mil trabalhadores rurais que acampam no parque desde o início da semana, estiveram presentes o secretário-executivo da 8ª Conferência Internacional sobre Diversidade Biológica (COP-8), o integrante da direção nacional do MST, João Pedro Stedile, e o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco.
O governador Requião defendeu que o ato serviu como um contraponto à repercussão dada pela mídia sobre o caso Aracruz.
“O pior é a omissão frente a isso. Se existe uma idéia e uma consciência, ela tem que ser exercida. Às vezes, à luz da visão comum das pessoas, será exercida com excesso, mas será sempre positiva do ponto de vista do interesse global da sociedade. A monocultura de eucaliptos agride pesadamente a biodiversidade e apresenta uma visão industrial. Uma plantação de eucalipto não é uma floresta, é uma plantação industrial. Não sobrevivem as espécies animais, não existem flores nem sementes”.
Para secretário do Meio Ambiente, “as ações que provocam o debate sobre o assunto devem ser valorizadas, e o ato de plantio de árvores no Paraná mostra o compromisso da Via Campesina com a natureza”.
De Curitiba, da Agência Notícias do Planalto, Sofia Prestes