Brasil: assentamento no RS está cercado por plantações de eucalipto

Idioma Portugués
País Brasil

O assentamento Pátria Livre no município de Candiota, no Rio Grande do Sul, possui aproximadamente 500 hectares e está cercado por uma área de 18 mil hectares – o equivalente a 180 mil metros quadrados - da Votorantim Celulose

As conseqüências das extensas plantações de eucalipto da empresa já começaram a se manifestar, segundo um dos coordenadores do assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Cláudio Maciel Moreira.

“Áreas que eles plantam no primeiro ano, já pelo terceiro ano não vão plantar mais nada. Não vão plantar mais, e não tem outro alimento ali pra comer. Não vão comer eucalipto.Os animas acabam migrando para outros lugares procurando alimentação. É muito veneno que eles usam ali. Então a contaminação da água é grande também”.

Além da contaminação, a monocultura de eucalipto representa uma possível seca de rios e lençóis freáticos devido à busca da planta por água. De acordo com pesquisas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) um pé de eucalipto de 15 metros de altura é capaz de absorver até 3,6 mil litros de água por ano. Três vezes a média de chuva na região gaúcha.

“99% do assentamento está se adaptando a esta realidade de produzir agroecológico, de preservar o meio ambiente, mas ao contrário da empresa ali do lado que não está preservando nada disso. A não ser ali nas beiras das estradas, pra justificar pra quem passa de que estão realmente cumprindo com a função social”.

A empresa Votorantim Celulose atingiu também uma comunidade de quilombolas do estado, no município de Bagé, com a plantação de quatro mil hectares de eucalipto. Esta monocultura também é responsável por grande parte do desmatamento da Mata Atlântica e destruição de aldeias indígenas no Espírito Santo por parte de outra empresa de celulose, a Aracruz, segundo denúncia da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase). (24-5-06)

De Brasília, da Agência Notícias do Planalto, Marina Mendes

Fonte: Agência Notícias do Planalto

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