Brasil: Via Campesina segue ocupação do canteiro de usina no Maranhão

Idioma Portugués
País Brasil

A Via Campesina segue a ocupação do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Estreito, no Maranhão, em protesto contra a expulsão de camponeses e indígenas da região e os impactos ambientais da construção

Desde segunda-feira passada (16/4), as obras da usina estão paralisadas com a montagem do acampamento com mais de 1.000 em frente à usina.

A paralisação da construção vem recebendo apoio de sindicatos, estudantes universitários e secundaristas, entidades ligadas à Igreja e políticos locais. Até fazendeiros e empresários declararam solidariedade aos manifestantes.

Segundo dados do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.), a obra da usina vai prejudicar a população de 11 municípios em Tocantins e no Maranhão, provocando o deslocamento de 5.000 pessoas.

Também serão atingidos os indígenas de terras situadas na bacia do rio Tocantins (Avá Canoeiro, Kraolândia, Funil, Xerente, Apinayé, Krikati e Mãe Maria).

"As famílias são retiradas de suas casas e de suas raízes e, na maioria das vezes, não são indenizadas ou reassentadas. Além disso, a energia produzida pelas barragem não vai para o povo", afirma Cirineu da Rocha, integrante da coordenação da Via Campesina.

Para os movimentos sociais, o projeto da usina só atende aos interesses das grandes empresas, inclusive transnacionais.

O consórcio para a construção da Usina Hidrelétrica de Estreito é formado pelas empresas Companhia Vale do Rio Doce; Alcoa Alumínio; BHP Billiton Metais; Camargo Corrêa Energia e Tractebel Egi South America.

A hidrelétrica tem capacidade de geração de 1.087 MW de energia e está prevista no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo Lula.

Na sexta-feira, os integrantes do acampamento assistiram ao filme "Tocantins, o Rio afogado", que foi exibido em praça pública. O filme conta as conseqüências das barragens já instaladas no rio e mostra a situação dos camponses atingidos pelas obras.

Participam da manifestação o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terr), MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), CPT (Comissão Pastoral da Terra), PJR (Pastoral da Juventude Rural), Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e povos indígenas do local.

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