Brasil: CTNBio chama empresas para rever regras

Por AS-PTA
Idioma Portugués
País Brasil

Parece até que o parecer final da CTNBio dando sinal verde para o feijão transgênico da Embrapa já estava pronto antes mesmo de o produto ser votado.

Isso porque no dia seguinte à votação seu extrato já apareceu publicado no Diário Oficial da União (16/09). A situação indica que ele foi enviado para publicação pelo menos no mesmo dia em que foi votado. O mesmo não se passou com uma semente de milho da Monsanto liberada na mesma sessão.

 

A votação do feijoeiro modificado foi precedida de debate e leitura de extenso voto do membro da Comissão José Maria Ferraz, que apontou diversas falhas nos dados apresentados no processo, como o fato de apenas 3 ratos machos terem sido avaliados e mesmo assim terem apresentado diferenças em comparação aos que comeram feijão comum.

 

As informações divergentes não são mencionadas na publicação oficial. O mesmo se passa com os documentos e críticas apresentados em audiência pública (que foi realizada na sede da proponente).

 

Reunião com os “usuários”

 

O rumo do debate sobre as mudanças nas regras da CTNBio para monitorar os efeitos dos transgênicos depois que esses são introduzidos no mercado segue inspirado por seu ex-presidente Walter Colli. Para ele “Ou não se usa transgênico ou, se usa, faz sem monitoramento” e “Se [os transgênicos] fizessem mal, os americanos já tinham morrido” (Folha de São Paulo, 09/12 e 11/12/2009).

 

Edilson Paiva, o atual presidente da Comissão, chamou as empresas para discutir regras de sigilo sobre as informações que enviam para análise. Mas a reunião realizada em 13/09 foi principalmente sobre a reforma das regras para monitoramento pós-comercialização. Questionado sobre o tratamento diferenciado e sobre o fato de o assunto do monitoramento ter pego de surpresa os membros da Comissão, que foram preparados para discutir confidencialidade, Paiva informou que “aproveitamos a reunião de terça para ouvir nossos usuários”.

 

O principal argumento para afrouxar o monitoramento (e que se aplica também a estudos de biossegurança em geral) é que “Universidades, instituições públicas e empreendedores menores ficam praticamente excluídos” (ex.: JC E-mail, 05/10/2011). Se a preocupação fosse para valer, não deveria ter a CTNBio proposto reunião com essas instituições e não com as grandes empresas do setor?

 

Paiva informou que a sociedade civil e os demais interessados poderão enviar sugestões por escrito para os membros analisarem.

 

Fuente: AS-PTA

Temas: Transgénicos

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