Árvores transgênicas, a bola da vez das transnacionais
A principal preocupação dos movimentos sociais e organizações ligadas ao meio ambiente está voltada para a discussão em torno do cultivo de árvores transgênicas, considerado pelos defensores do meio ambiente como uma das maiores ameaças à natureza está em discussão na parte final da COP-8
As transnacionais querem as árvores transgênicas porque a tecnologia possibilita o uso de grande quantidade de agrotóxicos em áreas de monoculturas, inviável nas convencionais, que são sensíveis aos venenos. Com isso, as empresas podem abalar a biodiversidade com o uso dessas substâncias e modificar o ecossistema.
“Estamos lutando para tenta manter uma moratória para impedir a plantação das árvores transgênicas, que podem ter um impacto maior ao meio ambiente do que inclusive outros cultivos de organismos geneticamente modificados, porque a contaminação é muito maior”, alerta Silvia Ribeiro.
A mobilização promovida pela Via Campesina nesta quinta-feira (veja abaixo) deu grande atenção para esse tema: defendeu a agricultura convencional saudável contra o cultivo da monocultura, que além de gerar impacto ao meio ambiente, pode representar riscos para a saúde humana.
“Não existe vida debaixo das plantações de pinos e eucaliptos. Em quatro ou cinco anos, arrebenta a biodiversidade”, explica Cledecir Zucchi, da coordenação nacional do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores), um dos responsáveis por animar os gritos de ordem no ato contra as empresas defensoras da biotecnologia.
Os riscos que o cultivo de árvores transgênicas pode causar a natureza é imenso, uma vez que as sementes derivadas dessa tecnologia poderiam se disseminar na natureza no raio de 2 mil km, transformando o mundo em um universo transgênico.
“A maioria das árvores que as empresas plantam são inseticidas, é como o milho BT que querem produzir no Brasil. Isso mata toda a natureza. A contaminação do pólen é muito grande e vai também se misturar com a floresta nativa. E afetar não só as árvores transgênicas, com muitas outras. Podem fazer uma destruição muito grande que não vai afetar só a floresta, mas também a possibilidade de cultivar sem químicos”.
BOLETIM DA VIA CAMPESINA
Direto da COP-8
Curitiba - PR
30 de março de 2006