25 anos do Movimento dos Pequenos Agricultores: luta, afirmação camponesa e poder popular
“Em 1996, a beira da estrada viu nascer um gigante”. Assim que Frei Sergio Gorgen, dirigente do MPA, define a mobilização que deu início ao movimento. O Acampamento da Seca, como ficou conhecido, foi resultado de uma forte estiagem no ano de 1995 no estado do Rio Grande do Sul, do descaso do governo neoliberal do Fernando Henrique Cardoso em relação às famílias camponesas e a produção agrícola e da falta de um sindicato combativo. Mais de 30.000 agricultores e agricultoras acamparam na BR 386 na altura do município de Sarandi.
Mas, como nasce um movimento social se não de um longo processo de luta e resistência do povo trabalhador? Não só no sul, mas nas outras regiões do país, àquela altura famílias camponesas já iniciavam uma organização popular e combativa. Foi assim que o MPA chegou, ao longo destes anos, em 19 estados brasileiros.
Na chegada dos seus 25 anos o MPA transitou de uma perspectiva originalmente reivindicativa da ação governamental na garantia dos direitos de quem vive no e do campo para uma postura propositiva diante dos dilemas da permanência no campo e na consolidação do campesinato enquanto classe social. Essa transição só foi possível graças ao avanço de sua capacidade de organização política e produtiva.
É neste sentido que o MPA comemora a chegada de seus 25 anos com o lema: Luta, afirmação camponesa e poder popular. A data será marcada por uma série de transmissões ao vivo com os elementos centrais da luta do MPA: o acampamento da seca, principais elementos sobre a história do movimento, as conquistas, a produção teórica e também sobre a cultura camponesa. Ações da campanha Mutirão Contra a Fome também estão previstas para a data.
A comemoração dos aniversário de 25 anos do MPA se estenderá por todo o ano de 2021. Mais informações serão enviadas. Acompanhe o MPA nas redes sociais e por meio do site: www.mpabrasil.org.br