Agrocombustíveis industriais alimentam a fome e a pobreza. Publicação da Via Campesina
"O que esta série de artigos revela é uma situação generalizada de exploração, devastação e absurdo. Enquanto isso, assistimos a devastação do meio ambiente, saúde pública, das florestas e bosques, das reservas de água e somos testemunhas da transformação das comunidades locais em áreas de produção destas monoculturas", afirma o documento em sua introdução."
O cultivo de plantas e árvores para produzir combustível e substituir as reservas de petróleo é a "brilhante idéia" apresentada como uma solução para a crise dos combustíveis, bem como a promessa de melhora da qualidade de vida dos pequenos e médios agricultores.
Nas discussões sobre as alterações climáticas, os agrocombustíveis são apresentados como a alternativa “verde”. Após um grande aumento na produção de agrocombustíveis desde o ano 2000, a euforia foi gradualmente desaparecendo.
Para começar, a crise dos alimentos de 2007 foi iniciada, em parte, pela especulação no mercado de soja e milho por causa do interesse em agrocombustíveis.
Posteriormente, vários estudos mostraram que o balanço energético da maioria dos agrocombustíveis é insignificante ou negativo e que o custo ambiental é enorme.
Além disso, a qualidade de vida dos agricultores não melhorou em nada.
Em 2007, a Via Campesina publicou um documento de posição intitulado: “Os pequenos camponeses alimentam o planeta, os agrocombustíveis industriais geram fome e pobreza”.
Desde então, o desenvolvimento dos agrocombustíveis trouxe maior impacto nas comunidades rurais, na maioria dos países do mundo.
A publicação "Agrocombustíveis industriais alimentam a fome e a pobreza" apresenta uma compilação de artigos escritos pelos integrantes da Via Campesina ou seus aliados próximos, de Moçambique, Mali, Haiti, Brasil, Canadá e Indonésia.
Eles apresentam uma análise da produção de agrocombustíveis nos seus contextos nacional e local, sobre como isto afeta a vida e o trabalho de camponeses e trabalhadores agrícolas e como as organizações de camponeses se vão envolvendo neste debate.
Os artigos foram escritos em diferentes contextos e com finalidades diferentes, mas todos eles refletem a importância deste debate entre todos os membros do movimento.
Também há um artigo de François Houtart sobre o "escândalo dos agrocombustíveis" para dar um quadro mais amplo de outras histórias locais.
" O que esta série de artigos revela é uma situação generalizada de exploração, devastação e absurdo. Enquanto isso, assistimos a devastação do meio ambiente, saúde pública, das florestas e bosques, das reservas de água e somos testemunhas da transformação das comunidades locais em áreas de produção destas monoculturas", afirma o documento em sua introdução.
A publicação pretende divulgar uma melhor compreensão das realidades e posições políticas das organizações membro da Via Campesina sobre este tema.
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