A questão agrária e o campesinato na Revolução Russa de 1917
Para se compreender a questão agrária e o campesinato na revolução russa de 1917, levando-se em conta os principais debates da época e as lições políticas que se poderá inferir para o momento atual, será minimamente necessário que se trate de alguns episódios da transição do regime de servidão dos camponeses, iniciado formalmente em 1649, até o período das socializações da terra que se efetuou na Rússia, a partir da revolução popular de 1917. E, depois, alcançar os nossos dias.
É o seguinte o conceito de campesinato que utilizo como referência, considerando-se as formações econômicas e sociais sob a dominação e hegemonia do modo de produção capitalista: “Entendo por camponesas aquelas famílias que, tendo acesso a terra e aos recursos naturais que esta suporta, resolvem seus problemas reprodutivos a partir da produção rural--- extrativa, agrícola e a não agrícola --- desenvolvida de tal modo que não se diferencia o universo dos que decidem sobre a alocação do trabalho, dos que sobrevivem com o resultado dessa alocação.”
Neste texto, onde se comenta a presença camponesa na revolução russa de 1917, o conceito de campesinato se expressa numa transição complexa que vai se alterando desde a formal emancipação camponesa da servidão feudal em 1861 até a sua presença, ao menos parcial na complexidade da imensidão social e étnica russa, como sujeito social em construção (fugas e revoltas camponesas) na década de 20 do século XIX.
Exposição no Seminário “Construção histórica da pedagogia socialista. O legadoda revolução russa de 1917 e os desafios atuais”
Horacio Martins de Carvalho
(ENFF, 24 de maio de 2017)
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