Guardiã de sementes do Paraná: terra, alimento e preservação da vida pelas mulheres
"Com reflexões elaboradas por mulheres de diferentes organizações que se encontram em torno da Rede Sementes da Agroecologia (ReSA), este material é destinado para guardiãs, pesquisadoras, universidades, organizações sociais e toda sociedade que se mostra interessada em preservar esses conhecimentos e a agrobiodiversidade e valorizar um trabalho essencial, e muitas vezes anônimo e pouco reconhecido, de mulheres urbanas, do campo, e da floresta, de diferentes gerações, em selecionar, produzir, armazenar, preservar e adaptar sementes crioulas".
“Meu pai guardava sementes. A gente aprendeu com o pai a guardar sementes. Era criança e o pai fazia isso. A minha semente é pura. Nasci e me criei aqui, nesta terra. Ainda estou na luta pela nossa terra e pra gente comer o que a gente planta”.
É assim que a guardiã quilombola de sementes Rosilda Vani dos Santos, a Dona Vani, se apresenta. Residente na Comunidade Serra do Apon, em Castro (PR), Dona Vani segue firme e resistente – aos 75 anos – numa luta de uma vida toda pelo direito ao território tradicional, à alimentação saudável e à autonomia campesina pelo direito de plantar, em seu alto zelo e compromisso com a terra, as sementes e os conhecimentos passados de geração em geração.
Mulheres, guardiãs, agrobiodiversidade, luta, resistência e direitos. Essas são as linhas materializadas em luta por mulheres como Dona Vani, que conduzem e tecem a narrativa desta publicação.
Com reflexões elaboradas por mulheres de diferentes organizações que se encontram em torno da Rede Sementes da Agroecologia (ReSA), este material é destinado para guardiãs, pesquisadoras, universidades, organizações sociais e toda sociedade que se mostra interessada em preservar esses conhecimentos e a agrobiodiversidade e valorizar um trabalho essencial, e muitas vezes anônimo e pouco reconhecido, de mulheres urbanas, do campo, e da floresta, de diferentes gerações, em selecionar, produzir, armazenar, preservar e adaptar sementes crioulas.
São mulheres que resistem a um modelo de agricultura violento que se impõe contra o meio ambiente, contra a saúde e a soberania alimentar dos povos. Mulheres agricultoras familiares, assentadas da reforma agrária, de povos indígenas e de comunidades tradicionais.
Os textos abaixo são um ponto de partida para reflexão e ações que devem necessariamente envolver mais mulheres e homens para provocar a pensar e transformar coletivamente o consumo e o modelo de produção, a exigir programas de apoio e estímulo à produção de alimentos de natureza agroecológica e a valorizar quem garante o alimento saudável nas mesas brasileiras. A mirada para as sementes e as guardiãs envolve múltiplas dimensões. Este material busca abordar agroecologia, direitos e legislação, guardiãs urbanas, auto organização, contaminação genética e políticas públicas.
Traz ainda receitas de alimentos, medicamentos naturais e cuidados com a saúde e meio ambiente para animar novas práticas.
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