El lucro não vale a vida: Análise do MAB sobre e crime da Vale en Brumadinho
No dia em que se completa um mês do crime da mineradora Vale no rio Paraopeba e na bacia do rio São Francisco, após o rompimento da barragem de Córrego do Feijão em Brumadinho (MG), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) publica um estudo sobre o crime.
O dossiê tem por objetivo fazer a denúncia do crime da Vale sob a ótica dos trabalhadores.
Estamos diante de um novo crime onde, mais uma vez, milhares de pessoas foram atingidas e centenas perderam a vida. Em Brumadinho, Minas Gerais, a natureza foi devastada e mesmo depois de um mês do rompimento da barragem da Vale, ainda não se pode dimensionar todo o impacto. Passados mais de três anos do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, também em Minas Gerais, na mais completa condição de impunidade, a Vale não hesita em causar novos crimes. É, portanto, reincidente e a responsável por mais essa tragédia social, ambiental e econômica.
Este documento tem por objetivo fazer a denúncia do crime da Vale sob a ótica dos trabalhadores. Nós, atingidos por barragens, que sofremos na pele a recorrente violação de direitos, também denunciamos a destruição e a apropriação de bens naturais, a exploração dos trabalhadores e o desrespeito às comunidades por parte das grandes empresas para a geração de lucros extraordinários.
A luta pelo reconhecimento dos direitos dos atingidos por barragens é histórica. E diante dessa situação e do cenário de retrocesso de direitos no país, o crime ocorrido com o rompimento da barragem de rejeito na mina Córrego do Feijão comprova que este modelo de desenvolvimento, baseado no lucro e na acumulação privada, não serve para o povo.
Toda a estratégia adotada pela Vale é para “tranquilizar” o mercado e os investidores. Quanto aos atingidos, ela continua violando direitos, negando a extensão do impacto e os danos causados, assim como continua negando nossa participação nos processos decisórios.
Exigimos que os atingidos e atingidas em Brumadinho, as pessoas que vivem no entorno e/ou dependem do rio Paraopeba e ainda aqueles que vivem próximos ao rio São Francisco devem ter informações corretas do nível de contaminação da água, devem ser reparados pelos danos sofridos e devem participar dos espaços de decisão sobre o futuro de suas vidas. É o mínimo que esperamos e por isso vamos lutar!
Por fim, alertamos que a impunidade e a conivência dos órgãos públicos é autorização para que novos crimes aconteçam. Neste sentido, cobramos justiça e pedimos apoio e solidariedade de todo o povo brasileiro.
Desejamos uma boa leitura e que este documeto sirva para fortalecer a organização e a luta dos atingidos em todo o Brasil.