Via Camponesa denuncia expulsões no campo e descaso ambiental

Membros do movimento internacional Via Camponesa denunciaram hoje, em Genebra, a expulsão de milhões de agricultores de suas terras para o desenvolvimento de plantações, cultivos para a exportação, construção de hotéis e até campos de golfe.

GENEBRA - O movimento também afirmou que estão sendo construídos depósitos artificais de água com a ajuda do Banco Mundial em Bangladesh, Brasil, Indonésia, Tailândia e muitos outros países, e disseram que a biodiversidade do planeta corre o risco de ficar sob o controle das multinacionais.

Os agricultores tradicionais e os povos indígenas estão desaparecendo devido à ''revolução verde'' promovida e praticada pelos governos dos países menos desenvolvidos e pelas multinacionais.

A chilena Luisa Curín denunciou que, na nona região desse país, as empresas florestais estão plantando árvores ''exóticas'' como eucaliptos e pinheiros, que desertificam os campos e fazem com que os agricultores fiquem sem água e sem recursos.

Henry Saragih, da Indonésia, coordenador regional da Via Camponesa para o Sudeste Asiático, e a ativista chilena, apresentaram uma lista de reivindicações à Comissão de Direitos Humanos da ONU, reunida esta semana em Genebra.

Entre as exigências estão a libertação dos agricultores e líderes indígenas que lutam por seus direitos no Chile, na Indonésia, na Colômbia, no Panamá e outros países, e a anulação do processo legal contra o dirigente camponês José Bové, condenado pela destruição de plantações transgênicas na França. Agênci EFE

Brasil On Line, Internet, 1-4-03