Via Campesina realiza protestos pelo mundo contra Syngenta
Centenas de pessoas de diversas entidades em várias partes do mundo participaram de mobilizações e enviaram cartas de protesto contra o assassinato de Valdir Mota de Oliveira, o Keno, dirigente da Via Campesina Brasil, durante uma ocupação de uma área da Syngenta, que faz experimentos com organismos geneticamente modificados, no Paraná
Os manifestantes denunciam os abusos e desrespeito aos direitos humanos por parte da companhia transnacional, sediada na Suíça, e protestarams amplamente contra as sementes transgênicas e o controle das empresas transnacionais sobre a agricultura.
“Líderes camponeses são criminalizados ao redor do mundo e estamos juntos na luta pelos direitos dos camponeses e sabemos que é uma luta longa", denuncia Henry Saragih, coordenador-geral da Via Campesina, sediado em Indonésia.
"Convidamos a todos nossos amigos e aliados para dar suporte ao movimento e organizar ações e mobilizações contra Syngenta e pelos Direitos dos Camponeses no dia 10 de Dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos”, completa.
Os pequenos agricultores e seus aliados em Coréia, Indonésia, Timor Leste, Estados Unidos, Congo e Espanha, Canadá, Chile, Venezuela e Croácia realizaram ações frente à embaixada Suíça ou frente a oficinas da Syngenta.
Em Nova York, ativista de Wold Hunger Year (Projeto Solidário Camponês), e da Agricultural Missions Inc, e estudantes da Universidade Rutgers se reuniram com Daniel Haener, Cônsul Deputado Geral no Consulado Geral da Suíça colocar em suas mãos as suas demandas.
No Congo, Indonésia e Timor Leste, em 30 de outubro, organizações da Via Campesina, como FPSI, Hasatil e COPACO-PRP também realizaram ações solicitando para que os culpados sejam punidos e para que Syngenta se retire do Brasil.
A entidade Korean Progressive (Coréia Progressista), que inclui os grupos Korea Peasant League [Liga Camponesa Coreana] (KPL), KWPA (Korea Women Peasant Association/ Associação de Mulheres Camponesas da Corea) and Korea Alliance of Progressive Movements [Aliança Coreana de Movimentos Progressistas] se reuniram frente a fábricas de Syngenta para denunciar a repressão da companhia e em apoio às ações promovidas pelo MST em defesa de sementes e da agricultura sustentável dos camponeses. Há também testemunhos de camponeses coreanos que sofrem os impactos das sementes geneticamente modificadas de melão produzidas por Syngenta.
Na própria Suíça, a organização camponesa UNITERRE, também membro da Via Campesina, solicitaram à presidente da Federação Suíça, Micheline Clamy-Rey, para acompanhar o caso de Syngenta-Brasil.
Centenas de correios eletrônicos de pessoas de todo o mundo, principalmente de Espanha, França e Portugal enviaram para as autoridades suíças ou para os encarregados dos escritórios da Syngenta para expressar sua indignação e exgindo justiça.
“Uma companhia transnacional que é monopolizadora de sementes, água e terra tem que ser responsável pelos seus crimes ambientais e sociais” diz uma das cartas de protesto.
A notícia é do sítio do MST, 12-11-2007.