Uruguay: impacto minimizado

Por ADITAL
Idioma Portugués
País Uruguay

Corporação Financeira Internacional (CFI), entidade do Banco Mundial, analisa estudo sobre o impacto sócio-ambiental da instalação de indústrias de papel no Uruguai. A intenção do organismo é financiar a industria localizada em Fray Bentos e fazer um seguro político para ela

A presença dessas papeleiras no lado uruguaio do Rio Uruguai, além de prejudicial ao meio-ambiente, é motivo de disputa entre argentinos e uruguaios. Os argentinos acusam os uruguaios de terem violado o Estatuto do Rio Uruguai ao permitir a construção da indústria sem consultá-los.

Adriana Gómez, porta-voz para a América Latina da CFI, disse, em declaração à imprensa latino-americana, que a decisão final do financiamento sairá do resultado da consulta feita à sociedade civil da região. O "Estudo de Impactos Acumulativos Uruguai - Plantas de Celulosa" divulgado em dezembro passado, como parte da análise da CFI, é criticado por não mostrar que há na região uma disputa entre Argentina e Uruguai.

Para Juan Carlos Villalonga, diretor do Greenpeace na Argentina, o estudo "chama a atenção por não fazer nenhuma consideração acerca do marco legal e político, e que ignora a tremenda controvérsia que estes projetos desataram". E acrescentou, "é vago nas razões sobre a localização das plantas, superficial sobre as tecnologias disponíveis para o embranquecimento da pasta de celulose e subestima as virtudes ambientais que teria a utilização do método totalmente livre de cloro".

No Uruguai, o estudo também recebeu críticas. A Rede Uruguaia de Organizações não Governamentais Ambientalistas disse que o informe tem importantes falhas técnicas, como assegurar que o mono-cultivo de eucaliptos (matéria-prima da celulose) aumenta a biodiversidade, contrariando estudos de especialistas.

ADITAL, Internet, 21-2-06

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