Syngenta enfrenta oposição depois de morte de ativista no Brasil

Idioma Portugués
País Brasil

Ativistas apoiados pelo governo populista do estado do Parana associaram-se numa tentativa de expulsar a multinacional suiça Syngenta AG (SYT) da área depois que num protesto contra os OGM (Organismos Geneticamente Modificados) um dos manifestantes foi morto a bala no mês passado por um dos guardas de segurança empregados pela companhia

Como resultado, Syngenta está atualmente considerando a relocação de uma operação controvertida no estado. O local é um conflituosos laboratório experimental de soja, feijao e milho geneticamente modificados propriedade da Syngenta no oeste do Paraná, não distante do amplo Parque Nacional do Iguaçu. Conforme Medard Schoenmaechkers, responsável das comunicação social de Syngenta na Europa, a companhia “atualmente avalia dessa facilidade”.

Em 21 de outubro, um ativista anti-OGM, do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem-Terra, foi assassinado a bala por um guarda de segurança contratado por Syngenta, no oeste do Paraná. O guarda também foi assassinado mas até o momento não se sabe por quem. As forças de segurança agiram rapidamente uma vez que elas ouviram que o MST havia invadido a área no mês passado.
O governo do estado do Paraná está investigando as mortes. Os resultados são esperados para 21 de novembro, disse Darci Frigo, advogado de direito agrário ligado a organização Terra de Direitos. A Syngenta, por sua vez, nega algumas alegações do MST de que a companhia ordenou a empresa de segurança abrir fogo.

O MST é um dos grandes grupos de ativistas anti-GMO e em prol da reforma agrária pelo mundo. Mais de 100 ativistas do MST – incluíndo famílias inteiras que plantam arroz e milho para comer - permanecem ainda acampados em 128 acres de terra da Syngenta como parte de um protesto contínuo que acossou a propriedade da Syngenta desde Março de 2006.

Com a morte do ativista, Valmir de Mota Oliveira, o MST lancou uma campanha para pressionar a Syngenta não somente a sair do Paraná, mas do Brasil. Isto não é necessariamente um novo chamado contra o agronegócio, mas organizações como Amigos da Terra e Anistia Internacional se uniram neste esforço.

O governador do Paraná – anti GMO – encontra-se alinhado com os grupos de ativistas. “Nós queremos essa gente fora do Paraná. Eles são um espinho em nosso lado”, disse Benedito Pires, o porta-voz do governo. “Nos gostariamos que eles fossem embora do Brasil, mas não não temos o poder para fazer isso”, disse Pires.

O estado esta empenhado na aceleração no processo de investigação da morte de Oliveira, o que pode ser um catalizador para acelerar este processo. Por sua vez, Shoenmaeckers disse que “É muito cedo para se dizer qual será o resultado disso”, referindo-se à unidade de pesquisa da Syngenta.
Ele disse que o MST, Frigo e o governo do Paraná não poderão pressionar a saída da companhia do Brasil, a qual gerou um volume de US$ 973 millões em vendas na América Latina nos primeiros nove meses de 2007. “Nós temos 80 anos de história no Brasil e nos somos chamados a sustentar a agricultura no país”, disse ele.

O Brasil é um dos celeiros da agricultura mundial, e o estado do Parana é um dos maiores produtores de soja, milho, trigo e cana de açucar. Frigo e o MST alegam que Syngenta está testando soja e milho geneticamente modificados, de maneira ilegal, dada a proximidade do Parque Nacional do Iguaçu.
O parque é um local das muito conhecidas Catarátas do Iguaçu, considerado patrimônio histórico da humanidade pelas Nações Unidas. Entretanto, a Agencia Brasileira de Biosegurança, CNTBio, disse que concedeu licença a companhia para fazer testes com soja e milho transgênico, e apesar da pressão do governo do Paraná, Syngenta ganhou todas as disputas legais sobre esse assunto até o presente momento.

A morte de Oliveira abre uma ferida difícil de curar, e vem dar novo impulso ao MST na sua investida contro o agronegócio, especialmente contra as companhias rede de commodities. “Nos queremos justiça, porque Syngenta ordenou a sua gente que o matassem (Oliveira)”, disse Celso Barbosa, um coordenador do MST no Paraná.

O que talvez o MST mais deseje, segundo Barbosa, é que multinacionais como Syngenta volte seus lucros para a sociedade. A semana passada, o grupo iniciou uma marcha em direção a corporação mineradora, Vale do Rio Doce (RIO), no norte do estado do Pará. O que faz parte de uma ação de pressão para que o governo nacionalizar a companhia, um pedido que caiu em ouvidos surdos. Se a Vale está na linha de fogo ná área da mineração, Syngenta se tornou a inimiga número 1 na área do agronegócio nesta disputa.

“Há mais de cinco anos, agricultores e sociedade tem avançado enquanto o MST é permaneceu presos a praticas ilegais e atrasadas”, disse Alexandre Lopes Kireed, presidente da Soceidade Rural do Paraná, uma organização agricola no estado.

Fazendeiros do Paraná se chocaram violentamente com o MST no passado, mas tais ocorrências se consolidaram nos últimos quatro anos. No entanto, MST tem o apoio de governos e jura continuar pressinando Syngenta e tentar pelo menos deixar a multinacional suíça com um olho roxo.
Conforme Barbosa, a luta envolverá pressão no Brasil e no quartel geral da Syngenta, na Suiça. “Continuaremos a lutar”, disse Barbossa, “nos tribunais e mediante ocuoações por um, dois ou três anos, até que eles saiam daqui”.

(Tradução do inglês: Daniel S. Pereira)

Syngenta Faces Opposition Following Brazil Activist's Death

By Tony Danby
Of DOW JONES NEWSWIRES

SAO PAULO (Dow Jones)--Activists backed by the populist state governor of Parana have joined forces in an attempt to eject Swiss multinational Syngenta AG (SYT) from the area after an anti-genetically modified organism protester was shot to death last month by one of the company's hired security guards.

As a result, Syngenta is now considering the relocation of one of its controversial operations in the state.

The site is a troubled GMO soybean and corn research lab owned by Syngenta in western Parana, not far from the large Iguassu National Park. According to Medard Schoenmaeckers, head of media relations for Syngenta in Europe, the company "is currently assessing the future of that facility."
On Oct. 21, an anti-GMO activist from the Landless Rural Workers Movement, or MST, was shot to death by a Syngenta-hired security guard in west Parana. The guard was also killed, but just who killed him is still unknown. Security forces stormed the facility once they heard that MST had invaded it once again last month.

The Parana state government is investigating the deaths. Results are expected by Nov. 21, said Darci Frigo, a well known land rights lawyer with Terra de Direitos in Parana.

Syngenta denies any allegation by MST that the company ordered the security company to open fire.
MST is one of the largest anti-GMO and land reform activist groups in the world. More than 100 MST activists - including entire families planting rice and corn for food - are still pitched on the 128-acre site belonging to Syngenta as part of a periodic protest that have dogged Syngenta's property since March 2006.

With the death of the activist, Valmir De Mota Oliveira, MST has launched a campaign to pressure Syngenta not only out of Parana, but out of Brazil. It's not necessarily a new call for the anti-agribusiness group, but organizations from Friends of the Earth and Amnesty International have joined the fray.

The anti-GMO Parana governor, Roberto Requiao, is also aligned with the activist groups.
"We want these guys out of Parana. They are a thorn in our side," said Benedito Pires, the governor's spokesman.

"We'd like them out of Brazil, but we don't have the power to do that," Pires said.
The state has already tried to take over the research facility and Oliveira's death could be a catalyst to speed up such a move.

"It's too early to say what the outcome will be," Schoenmaeckers said about the Syngenta research unit.

He also said that MST, Frigo and Parana's government won't be able to pressure the company out of Brazil, which generated the bulk of its $973 million in Latin America sales for the first nine months of 2007.

"We have an 80-year history in Brazil and we are committed to supporting agriculture in the country," he said.

Brazil is one of the world's agricultural powerhouses, and Parana state is a top producer of soy, corn, wheat and sugarcane.

Frigo and MST allege that Syngenta is testing genetically modified soy and corn illegally, due to the facility's proximity to the Iguassu National Park. The park is home to the renown Iguassu Falls, considered a World Heritage Landmark by the United Nations.

Nevertheless, the Brazilian Biosafety Agency, CTNBio, said it gave the company permission to test transgenic soy and corn there, and despite pressure from Parana's government, Syngenta has won all legal disputes on the matter to date.

Oliveira's death opens up a wound that has yet to heal, and gives MST new strength in its push against big business, especially companies in the commodities chain.

"We want justice because Syngenta hired the guys who killed (Oliveira)," said Celso Barbosa, a coordinator for MST in Parana.

What MST might want more, according to Barbosa, is for multinationals like Syngenta to turn their profits over to society.

Last week, the group took over a railway terminal owned by iron-ore corporation, Vale do Rio Doce (RIO), in the northern state of Para. That was part of an action to pressure the government to nationalize the company, a request that has fallen on deaf ears.

If Vale is in the crossfire on the mining side, Syngenta has become MST enemy No. 1 on the agribusiness side of the dispute.

"Over the last five years, farmers and society have moved forward while the MST is stuck in outdated, illegal practices," said Alexandre Lopes Kireeff, president of the Rural Society of Parana, a farmer association in the state.

Parana farmers have clashed violently with MST in the past, but such occurrences have settled during the last four years.

Whether MST has the support of governments, they vow to continue pressuring Syngenta to try and at least give the Swiss multinational a black eye.

According to Barbosa, that fight will involve more pressure in Brazil and at Syngenta's headquarters in Switzerland.

"We will continue to fight," Barbosa said. "In the courts and by occupation for one, two, or three years until they get out of here."

-By Tony Danby, Dow Jones NewswiresA "Dow Jones Newswires" foi criada pela Dow Jones & Company, Inc", no ano de 1882. Desde 1897 distribui notícias de forma eletrônica aos profissionais do setor financeiro. . A Dow Jones conta com escritórios em 81 cidades do mundo e com mais de 700 jornalistas. Opera conjuntamente com a The Associated Press compartilhando recursos, assim a Dow Jones Newswires recebe a contribuição de mais de 3.500 jornalistas.

DowJones Newswires, Internet, 12-11-07

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