Sem Terra bolivianos denunciam seqüestro e expulsão de comunidades

Idioma Portugués
País Bolivia

As comunidades agroecológicas Tierra Hermosa e Chirimoyas, localizadas na província Velasco, no departamento de Santa Cruz, na Bolívia, foram atacadas por um grupo armado com escopetas e rifles, sendo obrigadas a deixar suas terras. Essa foi a denúncia protocolada nesta quinta-feira (29) pelo Movimento de Trabalhadores Camponeses Indígenas Sem Terra (MST) da Bolívia

 

De acordo com o dirigente sem terra, Silvestre Saisari, Tierra Hermosa e Chirimoyas foram atacadas no dia 20 de abril, quando boa parte de seus integrantes participava da Conferência dos Povos sobre as Mudanças Climáticas, em Cochabamba. Na ocasião, 180 famílias foram obrigadas a deixar as terras, dirigindo-se a comunidades vizinhas com medo das agressões.

 

 

Após o ataque, uma comissão formada por dirigentes do MST boliviano, do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Inra) e do vice-ministério de Terras se dirigiu ao local na última segunda-feira (24). Ao chegar à província Velasco, a comissão foi alvo de novos ataques com armas de fogo, paus, pedras e machados. Inclusive as autoridades de governo foram atingidas pelos cerca de 80 invasores que permanecem dentro das comunidades. De acordo com Saisari, crianças, mulheres e idosos também foram agredidos. Duas pessoas do movimento foram hospitalizadas e quatro estão desaparecidas.

 

 

“Agora queremos que o Ministério Público e o governo nacional enviem um contingente policial para que se devolva as terras, porque tememos que sejam desalojadas famílias de uma terceira comunidade. Também pedimos que as autoridades nos ajudem a recuperar os quatro dirigentes seqüestrados. Não sabemos nada deles”, reivindicou Saisari.

 

 

O dirigente acusou dois latifundiários da região de organizarem a ação violenta. As comunidades Tierra Hermosa e Chirimoyas são fruto da política de reforma agrária do governo Evo Morales e foram dadas aos camponeses em 2008.

 

 

O MST boliviano informou que esta é a quinta vez que as comunidades são atacadas. Saisari responsabilizou o vereador de San Ignácio de Velasco, Américo Gemio, e a funcionária da prefeitura do mesmo município, Blanca Pereira, pelos ataques.

 

CLOC, Internet, 29-4-10

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