SP proíbe comércio de produtos que contém transgênicos


Prensa

Folha Online, Ciência Online, Brasil, 16-11-2000

SP proíbe comércio de produtos que contém transgênicos

SÉRGIO RIPARDO

do FolhaNews



Está proibido em São Paulo o comércio dos lotes de quatro alimentos, cujos testes realizados pelo Greenpeace detectaram a presença de substâncias transgênicas.

O Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou, ontem, despacho da Vigilância Sanitária determinando a "interdição cautelar" dos seguintes produtos: sopa de galinha com macarrão e mandioquinha da marca Pokémon, da Arisco, o sopão de galinha com macarrão e legumes da marca Knorr, da Refinações de Milho Brasil, a mistura para bolo sabor chocolate com vitaminas da Lapa Alimentos, e o cereal Ovomaltine da Novartis.

As empresas têm 15 dias, a contar de ontem, para apresentar defesa e laudos comprovando a composição dos produtos. 

As análises foram feitas no laboratório Interlabour Belp Ag da Suíça, que detectou a presença da soja Roundup Ready, da Monsanto, e do milho Bt 176, da Novartis.

O FolhaNews tentou ouvir a Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) e as empresas citadas, mas não obteve retorno.




Agência Estado, Ciência e Meio Ambiente, Quinta-feira, 16-11-00

Vigilância Sanitária determina recolhimento de transgênicos



São Paulo - Um comunicado da Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, publicado no Diário Oficial do Estado de ontem, determina a interdição cautelar e proibição de comercialização dos lotes de produtos denunciados pelo Greenpeace por estarem contaminados por transgênicos. A medida leva em consideração as análises feitas no laboratório Interlabour Belp Ag, da Suíça, que detectou a presença da soja Roundup Ready, da Monsanto, e do milho Bt 176, da Novartis, nos produtos Sopão de galinha da Knorr, sopa de galinha "Pokemon" da Arisco, Ovomaltine cereais e fibras da Norvartis e

mistura para bolo de chocolate da Sadia.

A Vigilância dá um prazo de 15 dias para as empresas apresentarem defesa ou laudo comprovando a composição do produto. Em julho, a Vigilância Sanitária já havia determinado o recolhimento de 11 produtos, denunciados durante a primeira análise encomendada pelo Greenpeace, que continham transgênicos. 

Segundo Mariana Paoli, da campanha de engenharia genética do Greenpeace, "a atitude da Vigilância Sanitária de São Paulo é exemplar e deveria ser seguida pelos demais órgãos competentes em outros estados". Para Paoli, o poder público deveria exigir novos testes com os produtos, pois a determinação só vale para os lotes analisados. "Acreditamos que outros

lotes também podem estar contaminados", disse.

Segundo a lei de Biossegurança, para o cultivo, importação e comercialização de transgênicos é necessário um parecer técnico conclusivo da CTNBio e autorização dos Ministérios de Agricultura, Meio Ambiente e Saúde. Além disso, uma lei estadual de São Paulo determina que qualquer produto que contenha transgênicos informe na embalagem: "alimento geneticamente modificado" ou "contém, na composição, alimento geneticamente modificado".
Maura Campanili


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