Royalties à Monsanto
Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia assinaram um documento que admite o pagamento de royalties pelo cultivo de produtos transgênicos na região
Com isso, foi contornada uma crise que envolvia a Argentina e a multinacional Monsanto, que possui a tecnologia da soja transgênica Roundup Ready, cultivada em toda a região.
A Argentina resistia à idéia de pagar royalties, amparada no fato que sua legislação não prevê tais pagamentos, segundo informou o chefe do Departamento de Assuntos Internacionais e Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antônio Donizeti Beraldo. Como represália, a Monsanto ameaçava buscar meios para apreender, nos portos internacionais, navios que estivessem transportando soja argentina.
Pelo acordo, fechado na semana passada em Assunção, no Paraguai, os países reconhecem como legítimo o pagamento de royalties. A forma como ele será feito, porém, está em aberto. A Federação de Associação Rurais do Mercosul considera que o ideal é que os royalties sejam pagos sobre as sementes utilizadas. No entanto, a entidade reconhece que o mercado de sementes geneticamente modificadas 'não tem funcionado adequadamente na região', ou seja, o contrabando e a pirataria de sementes e a falta de uma legislação clara sobre biotecnologia impediram a cobrança.