Paraguay: transnacionais e estados acusados por dívida ecológica e social
A atuação de grandes empresas internacionais na América Latina foi alvo de críticas no V Fórum Social das Américas, realizado em Assunção, capital do Paraguai
A atividade “Empresas transnacionais no Banco dos Réus: Violações de Direitos Humanos e possibilidades de Responsabilização” foi realizado pelo Instituto Rosa de Luxemburgo e aconteceu no segundo dia do Fórum (12/8).
As ações da Companhia Siderúrgica do Atlântico (TKCSA) no Brasil entraram em pauta. A siderúrgica destruiu manguezais em área de mata atlântica. Além disso, o trabalho de oito mil pescadores se tornou impossível na cidade Rio de Janeiro. O empreendimento siderúrgico é o maior da América Latina, sendo uma parceira entre a alemã Thyssen Krupp e a brasileira Vale.
A economista Karina Kato, presente à atividade, afirma que as transnacionais geram uma dívida ecológica e social que não é contabilizada. O Estado também foi responsabilizado, já que a empresa recebe financiamento do BNDES. Karina faz parte do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (PACS).
No centro do debate esteve a criação de estratégias de defesa dos direitos humanos no âmbito internacional. Na opinião do advogado Fernando Prioste, que compõe a esquipa da organização Terra de Direitos, aliar as ações concretas de mobilização à pressão na justiça deveria ser um plano indispensável aos movimentos sociais.
Além da disputa no poder judiciário, a realização de audiências públicas e a produção de dossiês para denúncias nos países de origem das transnacionais também são ações que trazem êxito aos movimentos sociais.