Norma de transgênico da China pode prejudicar comércio de soja


Prensa
Brasil Online, Internet, 8-6-01 


Norma de transgênico da China pode prejudicar comércio de soja 

Reuters



CINGAPURA - As novas regras da China para alimentos transgênicos podem causar sérios problemas ao comércio de oleaginosas. As regras estão sendo aplicadas no momento em que o país espera uma grande quantidade de soja geneticamente modificada da América do Sul, informaram operadores de mercado na sexta-feira.

As normas foram anunciadas na quarta-feira e entraram em vigor imediatamente. Pelas novas determinações, a produção, venda e importação de transgênicos deve ser aprovada pelo governo. Os alimentos devem ter um certificado de segurança para humanos, animais e ambiente e os produtos também devem ser rotulados antes da comercialização.

Os operadores informaram que muitos detalhes não foram esclarecidos como quais serão as autoridades responsáveis por aplicar as medidas e o que é considerado alimento transgênico.

A China espera a chegada de 1,5 milhão de tonelada mensal de soja procedente da América do Sul.

A Argentina é um dos principais produtores mundiais de soja transgênica, enquanto o Brasil afirma que sua produção está livre de organismos geneticamente modificados.

"Há possibilidade de que o governo recuse as importações. Não seria razoável, mas não temos idéia de como esta regulamentação será implementada", disse o operador de uma das maiores empresas internacionais de Shangai.

"Se os carregamentos de soja sul-americana realmente forem recusados, será um acontecimento importante para o mercado mundial. Há muita soja comprometida", disse outro operador de Hong Kong.

Este ano, a China deve importar entre 11 e 12 milhões de toneladas de soja, contra 10 milhões de toneladas importadas no ano passado.

Até agora, os operadores não sabem se houve interrupção no descarregamento da soja procedente da Argentina e do Brasil.

Alguns importadores importantes do mercado asiático, como Japão e Coréia do Sul, introduziram a rotulagem nos produtos transgênicos, após meses de preparação. Estes países pagam uma sobretaxa para garantir que a mercadoria não contenha material geneticamente modificado.

Entre abril e julho, a China supriu a necessidade de soja com produtos sul-americanos, mas nos próximos meses pode recorrer à produção norte-americana.

Um operador de Hong Kong indicou que antes do anúncio das novas regras, os compradores podem ter cancelado os carregamentos da América do Sul em função de um estancamento nos preços internos. 
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