Nestlé pede flexibilização de regras para transgénicos na UE
O presidente da gigante suíça da alimentação Nestlé, Peter Brabeck, pediu à União Européia (UE) regras mais flexíveis sobre os Organismos Geneticamente Modificados (OGM) para enfrentar a escalada de preços das matérias-primas agrícolas
Esta notícia vem colocar um ponto final à posição dúbia da Nestlé em relação aos transgénicos. Durante os últimos anos, a Nestlé assegurava que todos os seus produtos comercializados no espaço europeu eram livres de OGM. Isto permitia assegurar a confiança nos seus produtos, perante a desconfiança generalizada dos consumidores europeus sobre a tecnologia.
A postura da Nestlé na União Europeia contrastava com a comercialização dos seus produtos noutras regiões do globo, como a América Latina ou a Ásia. A Greenpeace tem vindo a acusar a Nestlé de dupla atitude, diferenciando "consumidores ricos" de "consumidores pobres". Aos "consumidores pobres" de países como a Tailândia, a Nestlé chega mesmo a vender comida para bebé com ingredientes transgénicos.
Em entrevista ao jornal britânico Financial Times, "Não se pode alimentar o planeta sem os Organismos Geneticamente Modificados". O presidente da Nestlé lamentou a falta de compromisso político a favor dos OGM. Por outro lado, reconhece que esta oposição da UE aos OGM favoreceu a recusa da tecnologia na África.
Perante esta posição de uma das mais influentes multinacionais do sector alimentar, e perante o seu já alargado historial de desrespeito pela saúde dos consumidores, só nos resta uma opção como consumidores: boicotar os produtos da Nestlé.