Movimento global pela água sai fortalecido do México
Organizações planejam construir um movimento global contra a privatização da água e defender modelos públicos de gestão deste recurso
Articular um movimento global contra a privatização da água e pela construção de modelos públicos de gestão do recurso.
Esse é o desafio que as organizações que participaram do Fórum Internacional em Defesa da Água, que terminou neste domingo (dia 19), na Cidade do México, se propõem a enfrentar. As entidades organizadoras tambem estão convocando um ato público para o dia 22, quando termina o IV Fórum Mundial da Água, considerado o "Davos da água".
A declaração final do encontro, que será apresentada à imprensa nesta segunda-feira, dia 20, no Monumento à Revolução, tambem defende que o tema da água não seja mais tratado no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). "A água é um bem comum, e o seu acesso é um direito humano inalienável", diz um trecho do documento.
Depois de três dias de debates, os movimentos, organizações e ativistas que se reuniram no encontro redigiram uma declaração final e um plano de ação. O documento faz uma crítica ao Fórum Mundial da Água, afirmando que esse não é o espaço adequado para discutir o tema, uma vez que está controlado por transnacionais da água, instituições financeiras multilaterais (como o FMI e o Banco Mundial) e governo coniventes com as políticas neoliberais.
O texto também destaca o papel das mulheres e dos povos indígenas na preservação e na defesa da água. Rechaça as políticas de privatização da água, como as parcerias público-privadas (PPPs), e defende modelos de gestão pública e social do recurso. Entre as propostas, o documento defende a articulação global das empresas públicas que fazem a gestão da água.
O plano de ação prevê campanhas internacionais contra transnacionais como Nestlé, Suez e Coca-Cola, e deve instituir um dia como marco internacional do movimento global em defesa da água.