Milho transgênico causou prejuízos aos agricultores na Espanha

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Para alertar sobre os riscos do milho transgênico, o Greenpeace enviou esta semana à CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) o relatório "Coexistência Impossível", mostrando que a contaminação causada pelo milho transgênico na Espanha causou grandes prejuízos para os agricultores

A CTNBio, que tem sido pressionada para autorizar a comercialização de milho transgênico, está discutindo a liberação de campos experimentais de plantas transgênicas e cinco pedidos de liberação para plantio e comercialização do milho, sendo dois da suíça Syngenta, dois da norte-americana Monsanto e um da alemã Bayer.

O Brasil cultiva em torno de 12 milhões de hectares de milho em todas as regiões, totalizando cerca de 42 milhões de toneladas. Os Estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso concentram mais da metade da produção brasileira.

O relatório espanhol "Coexistência Impossível" apresenta resultados de testes de laboratório com amostras retiradas de campos de milho de 40 agricultores orgânicos e convencionais.

O estudo comprovou a contaminação não intencional com transgênicos em quase um quarto dos casos. Em três deles, a contaminação ocorreu em variedades locais de milho, conhecidas como sementes crioulas, selecionadas durante anos, que não podem mais ser usadas para plantio futuro.

A perda dessas variedades representa uma drástica redução na biodiversidade da semente de milho, essencial para a agroecologia. As contaminações ocasionaram prejuízos econômicos sérios para os agricultores, que não puderam mais vender seu produto com o prêmio pago a produtos convencionais e orgânicos.

A contaminação de milho por transgênicos já atinge também o centro de origem da espécie: o México.

O Radical, Internet, 16-8-06

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