Manifestos contra a OMC

Por ADITAL
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A Rede Brasileira pela Integração dos Povos (REBRIP) informa que do lado de fora da Conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Hong Kong, mais de 20 mil pessoas se manifestaram, no primeiro dia do evento, 13 de dezembro, desde o Victoria Park, onde estão concentradas as atividades da sociedade civil, em direção ao Centro de Convenções de Hong Kong, pela avenida litorânea e pelo mar, com barcos, em uma parada de barcos coordenada pelo movimento de pescadores artesanais

Não puderam se aproximar em função das barreiras policiais, mas a 500 metros do local, permaneceram gritando seu protesto contra as atuais negociações na OMC. Eram frases como "a OMC fracassou, alternativa já" (WTO failed, alternative now), e "Desenvolvimento para nossos povos, não à Rodada Doha" (Development to our people, No Doha Round).

Destaque para a presença das entidades de camponeses da Via Campesina, e os cerca de 2.500 sul-coreanos, alguns dos quais seguiam de barco e se jogaram ao mar quando a marcha foi estancada pela barreira policial. Do lado de dentro do Centro de Convenções, representantes de organizações sociais que foram credenciados a acompanhar a abertura dos trabalhos da 6a. Conferência Ministerial da OMC também protestavam com cartazes ao início da sessão.

Entre outras frases expressas nos cartazes, a de que "nenhum acordo é melhor que um mau acordo". Representantes da REBRIP participaram ativamente dos protestos, tanto do lado de fora quanto do lado de dentro. Entre os delegados oficiais, o clima de impasse continua, com as tradicionais "jogadas" de negociação, balões de ensaio e ameaças de parte a parte sendo lançados, mas sem nenhuma alteração substancial de conteúdos.

Entre os principais temas discutidos, se destacam os de sempre: Agricultura: a União Européia (UE) segue dizendo que não vai conceder mais do que já propôs. O G-20 adotou uma linguagem mais forte, dizendo que quer operacionalizar efetivamente os temas de produtos especiais e salvaguardas (talvez apresentando posição comum com o G-33) e continuam com o discurso de sempre de que agricultura é o centro.

Ontem, 14, em reunião informal do G-20, ficou acordado que seria mantida a posição prévia do grupo sobre o patamar básico já apresentado, e reforçada a posição em defesa da posição dos africanos sobre algodão, além de combinado que vão reforçar a data de 2010 como o prazo para o corte de subsídios por parte da UE (esse prazo já foi sinalizado pelos Estados Unidos). A posição do G-20 combinada à da UE sinaliza o impasse.

ADITAL, Internet, 15-12-05

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