Exportação de soja transgênica dos EUA para a Europa cai 45%
Cresce a rejeição dos europeus aos produtos geneticamente modificados prejudicando as exportações norte-americanas de soja transgênica
As vendas de soja dos Estados Unidos para a Europa registraram queda de 44,99 % neste ano, segundo informa o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Enquanto no ano passado, de janeiro a junho, foram exportadas 2,081 milhões de toneladas, neste ano, no mesmo período, as exportações chegaram apenas a 1,145 milhão de toneladas para o continente europeu.
As exportações para o mercado mundial da soja transgênica dos EUA também estão em baixa, com queda de 8.30 % neste ano. O volume embarcado nos seis primeiros meses de 2006 é de 12,182 milhões de toneladas, contra exportações de 13,285 milhões de toneladas em 2005.
As estatísticas divulgadas pelo Governo dos Estados Unidos registram reduções dramáticas nos embarques de soja transgênica norte-americana para o mercado europeu. Neste ano, as vendas para a França têm queda de 73,04%; para a Grécia a queda é de 99,83%; para o Reino Unido a retração é de 97,38%; para a Itália os embarques caíram 96,02% e para a Alemanha os embarques foram reduzidos em 88,75%.
Para a Índia, um dos maiores mercados do mundo, os Estados Unidos não conseguiram ainda fechar nenhuma exportação de soja tansgênica neste ano.
A redução progressiva das vendas dos EUA de soja transgênica para o mercado europeu preocupa a American Soybean Association (ASA), que reúne 25 mil produtores norte-americanos de soja. A associação revela que, desde que a União Européia adotou medidas restritivas a produtos geneticamente modificados, as exportações norte-americanas despencaram de US$ 4,200 bilhões em 1996 para apenas US$ 1,600 bilhão em 2004.
Valdir Isidoro Silveira, presidente da Claspar, afirma que os números, divulgados pelos Estados Unidos, servem para comprovar que é correta a posição do governo do Paraná em defender a produção de soja convencional e, mais acertada ainda, a decisão de garantir ao Porto de Paranaguá condições operacionais para dar prioridade aos embarques do grão convencional, segregando o produto transgênico. “Esta estratégia garante para a produção de soja convencional paranaense a ampliação das vendas para o mercado europeu, que está banindo a soja transgênica norte-americana”, afirma.
Ele destaca também que “as populações européias não querem consumir alimentos processados com produtos geneticamente modificados, o que leva a redução das vendas da soja transgênica não só para o continente europeu, mas para grande parte dos países. Tanto é que 40% das exportações da soja tansgênica dos EUA têm como destino a China, que não a utiliza para a alimentação humana”.