Encontro unifica luta de 4 rios amazônicos contra hidrelétricas

Idioma Portugués

Aconceteu na semana passada no município paraense de Itaituba o primeiro Encontro dos 4 Rios, que unificou a luta contra novas hidrelétricas na região

Participaram da ação política mais de 600 pessoas vindas de diversos lugares da Amazônia, mas principalmente das bacias dos rios Xingu, Tapajós, Madeira e Teles Pires.

Estes quatro rios estão sob ameaça concreta ou mesmo já sentem os efeitos reais dos imensos projetos hidrelétricos que o governo federal voltou a desenvolver na região.

No caso do Madeira, em Rondônia, duas hidrelétricas já deixam seu impacto na vida de milhares de pessoas. No rio Xingu, Belo Monte está contratada pelo governo. No rios Tapajós e no Teles Pires, os planos para construção de barragens se apresentam para breve.

Na carta política do encontro, uma multiplicidade de atores sociais e comunidades tradicionais da Panamazônia criticam duramente a opção do governo por construir novas usinas hidrelétricas.

Os movimentos compreendem a necessidade de energia. E por isso eles exigem que o governo aplique estudos científicos que propõem a repotenciação de hidrelétricas antigas. Outro ponto é a redução de perdas de energia em linhas de transmissão.

Acima de tudo, os povos panamazônicos exigem a atualização do programa energético brasileiro. , para que em vez de sacrificar os rios e todas as condições de vida em função de mais energia, a eletricidade seja feita pelo sol e pelos ventos.

Púlsar Brasil, Internet, 30-8-10

Comentarios

18/03/2011
Hidreletricas, por Ademir
Vejo a febre das hidreletricas com uma grande preocupação, o Governo LULA saiu mas deixou raizes, como podemos ter confiança neste modelo, seguido por um governo de oportunismo, a Materia editada pelas entidade "Os Sinais da Natureza", é um retrato da situação atual, que a cada dia, ficará mais realista, com um governo de oportunismo, cada um quer o seu, e a população ficando a mercê do ganancismo, veja as reportagens do Min Edson Lobão, que na época mencionava que os povinhos não poderiam impedir o desenvolvimento, teriam que construir as hidreletricas a qualquer custo, o brasil precisará de Energia, ou seja que os caciques é que precisam a cada dia ficar mais confortaveis. é lamentável, sou a favor do desenvolvimento social, com direitos iguais, desse modelo que querem, sou contra. Acompanhei um evento do dia Internacional da Mulher, no Distrito de Campo Verde a 30 Km de itaituba, tinha uma faixa com a seguinte mensagem "QUANDO AGREDIDA A NATUREZA NÃO SE DEFENDE, SE VINGA", será que os nossos governantes não tem um pouco de sensibilidade em ver tantas e quantas reações da natureza, como no Rio de Janeiro por exemplo, mas é um conjunto de interesse. sou contra o modelo atual que querem implantar.
apoio os Movimentos Sociais sem distinção, vejo como sendo o unico veiculo que reconhece o agricultor rural e o pequeno mesmo, aquele lá do final da fila.
Pra frente e conte conosco. há, não sou PT.
03/09/2010
Carta dos 4 Rios Pan-Amazonia Brasileira, por ALIANÇA DOS POVOS DOS RIOS E DAS FLORESTAS!
Participantes do I Encontro dos Povos e Comunidades Atingidas e Ameaçadas por Grandes Projetos de Infra-Estrutura, nas bacias dos rios da Amazônia: Madeira, Tapajós, Teles Pires e Xingu, em Itaituba, oeste do Pará, entre os dias 25 e 27 de agosto de 2010 lançam carta em defesa da vida. Abaixo

Carta dos 4 Rios

Nós, povos indígenas, negros e quilombolas, mulheres, homens, jovens de comunidades rurais e urbanas da Amazônia brasileira, participantes do I Encontro dos Povos e Comunidades Atingidas e Ameaçadas por Grandes Projetos de Infra-Estrutura, nas bacias dos rios da Amazônia: Madeira, Tapajós, Teles Pires e Xingu, em Itaituba, oeste do Pará, entre os dias 25 e 27 de agosto de 2010, vimos através desta carta denunciar a todas as pessoas que defendem a Vida que:

Historicamente no Brasil todos os grandes projetos de infra-estrutura sempre trouxeram destruição e morte aos modos de vida dos seus povos originários e populações tradicionais em benefício de grandes grupos econômicos. A construção de hidrelétricas como a de Tucuruí, no Pará, Samuel em Rondônia, Estreito no Tocantins e Balbina no Amazonas são exemplos claros dos males que esse modelo de desenvolvimento produz.

As ameaças que vem sofrendo as populações dos rios Madeira, Tapajós, Teles Pires e Xingu também são motivos de nossas preocupações, ocasionadas pelos falsos discursos de progresso, desenvolvimento, geração de emprego e melhoria da qualidade de vida, vendidos pelos governos e consórcios das empresas em uma clara demonstração do uso da demagogia em detrimento da informação verdadeira, negada em todo o processo de licenciamento e implantação dos empreendimentos, a exemplo do que vem ocorrendo no rio Madeira, onde a construção dos complexos hidrelétricos de Santo Antonio e Jirau já expulsou mais de três mil famílias ribeirinhas de suas terras, expondo-as a marginalidade, prostituição infanto-juvenil, tráfico e consumo de drogas, altos índices de doenças sexualmente transmissíveis e assassinatos de lideranças que denunciam a grilagem de terra por grandes latifundiários, estes os “grandes frutos” desse modelo de desenvolvimento.

Condenamos o autoritarismo que seguidos governos militares e civis utilizaram e ainda utilizam contra as populações vulneráveis como o uso da força, expulsão da terra, da criminalização dos movimentos sociais, da ameaça física, da cooptação de lideranças e a completa exclusão das suas opiniões dos chamados processos de licenciamentos.

Condenamos a privatização de nossos recursos naturais, que provocam insegurança e degradação de povos, culturas e sabedorias milenares, das nossas florestas, dos nossos rios e da nossa sociobiodiversidade.

Condenamos também os grandes empreendimentos por significarem acúmulo de capital, concentração de terras e de poder político sobre nossas vidas.

Defendemos:

Que aliança dos Povos e Comunidades da Pacha Mama, da Pan-Amazônia se fortaleça a cada passo dado rumo à construção de um novo mundo possível.

O “bem viver” como princípio de vida em contra-ponto à lógica da acumulação, da competição, do individualismo, da superexploração dos trabalhadores e trabalhadoras e dos nossos recursos naturais;

Um projeto de integração de nossos povos, com respeito à sociobiodiversidade e aos nossos modos tradicionais de produção que geram qualidade de vida e segurança alimentar;

Queremos nossos Rios Vivos e Livres, por isso exigimos:

A suspensão total e imediata da construção de barragens em nossos rios;

Que sejam acatados os estudos de diversos especialistas que propõem a repotenciação das UHEs mais antigas;

Investimentos imediatos na melhoria da qualidade das linhas de transmissão de energia;

Que o Plano Decenal de Expansão Energética aumente a percentagem de investimentos em pesquisas e implementação de fontes de energias verdadeiramente limpas e renováveis.

VIVA A ALIANÇA DOS POVOS DOS RIOS E DAS FLORESTAS!



Itaituba, PA, Pan Amazônia, 27 de agosto de 2010.



Assinam esta Carta:

Aliança Tapajós Vivo; Movimento Xingu Vivo para Sempre; Movimento Rio Madeira Vivo; Movimento Teles Pires Vivo; Movimento dos Atingidos por Barragens; Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira; Fórum da Amazônia Oriental; Fórum da Amazônia Ocidental; Fórum Social Pan-Amazônico; Frente de Defesa da Amazônia; Comitê Metropolitano do Movimento Xingu Vivo para Sempre; Prelazia do Xingu; Instituto Universidade Popular; FASE-Amazônia; International Rivers; Associação Etno-Ambiental Kanindé; Instituto Madeira Vivo; Coordenação da União das Nações e Povos Indígenas de Rondônia, noroeste do Mato Grosso e sul do Amazonas; Rede Brasileira de Justiça Ambiental; União dos Estudantes de Ensino Superior de Santarém; Movimento em Defesa da Vida e Cultura do Rio Arapiuns; Terra de Direitos; Fundo Mundial para a Natureza; Fundo DEMA; Instituto Amazônia Solidária e Sustentável; Centro de Apoio Sócio Ambiental; Comitê Dorothy; Comissão Pastoral da Terra; Conselho Indigenista Missionário; Conselho Indígena Tapajós-Arapiuns; Grupo de Defesa da Amazônia; Federação das Associações dos Moradores e organizações Comunitários de Santarém, Federação das Organizações Quilombolas de Santarém;União de Entidades Comunitárias de Santarém; Sociedade Paraense de Direitos Humanos; Vivalt Internacional Brasil; Comissão Verbita Jupic – Justiça, Paz e Integridade da Criação; MMCC – Pará – Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade do Pará; Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163; MMTACC – Movimento de Mulheres de Altamira Campos e Cidade; Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade Regional BR- 163 – Pará; Movimento de Mulheres do Campo e da Cidade – Regional Transamazônica Xingu; SOCALIFRA; Nova Cartografia Social da Amazônia; Grupo de Trabalho Amazônico Regional Transamazônico Xingu;Associação do Povo Indígena Juruna do Xingu – Km 17; Associação de Resistência Indígena Arara do Maia; Coordenação das Associações de Remanescentes de Quilombos do estado do Pará – MALUNGU; Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém; Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns; Movimento Juruti em Ação; Fórum de Mulheres da Amazônia Paraense; Grupo de Mulheres Brasileiras; Articulação de Mulheres Brasileiras; Comissão em Defesa do Xingú; Associação dos Produtores Rurais da Volta Grande do Xingu; Aliança Francisclareana; Associação indígena Kerepo; Fórum dos Movimentos Sociais; Associação Indígena Pusurú; Conselho indígena Minduruku do Alto Tapajós; Associação Suíço-Brasileira Batista de Apoio na Amazônia (Missão Batista); Associação Indígena Pahyhy’p; .