China e Índia decidem aceitar acordo climático de Copenhague

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China e Índia, que figuram entre os maiores emissores de poluentes do mundo, anunciaram nesta terça-feira, 9, associação ao acordo climático definido em dezembro em Copenhague

A notícia reacende o debate sobre as mudanças climáticas após revés simbolizado na renúncia de Yvo de Boer, diretor da ONU para o clima, pressionado pelo fracasso da cúpula de Copenhague.

A China foi o ultimo país do bloco de emergentes a se associar ao acordo. O governo chinês confirmou a aceitação ao enviar uma carta oficial à Secretaria para Mudanças Climáticas da ONU, localizada em Bonn, na Alemanha.

Horas antes, a Índia, através de comunicado de seu ministro do Meio Ambiente, Jairam Ramesh, confirmava a associação ao acordo climático. "Acreditamos que nossa decisão de sermos listados (como um país associado ao documento) reflete o papel que a Índia desempenhou em dar forma ao Acordo de Copenhague. Isso irá fortalecer nossa posição de negociação a respeito da mudança climática", disse Ramesh.

Das nações que mais poluem, os Estados Unidos é o único país que não endossou o acordo climático. Ausente na última reunião da cúpula da ONU em Copenhague, na qual foi definido o acordo, os norte-americanos alegam que o texto não serve de base para qualquer futuro tratado.

O acordo

A acordo climático definido em Copenhague prevê que a comunidade internacional deve limitar o aquecimento global a 2 graus com relação aos níveis pré-industriais. No entanto, não há um claro objetivo de redução das emissões.

O acordo estabeleceu, além disso, um fundo total de US$ 10 bilhões entre 2010 e 2012 para os países mais vulneráveis a enfrentar os efeitos da mudança climática, e de US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 para redução das emissões e adaptação.

Acordo x tratado

O tratado deveria ter sido adotado formalmente na conferência da ONU em Copenhague por todos os países, mas objeções de última hora por parte de um pequeno grupo de países fez com que oficialmente o acordo fosse apenas citado na declaração final. Decidiu-se então que países que quisessem posteriormente se comprometer com o documento poderiam fazê-lo.

Os países mais pobres desejam negociações em "dois caminhos", um deles preparando um tratado que substitua o Protocolo de Kyoto a partir de 2013, e outra buscando ações de mais longo prazo para que todas as nações combatam o aquecimento, inclusive os Estados Unidos, que nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto.

Ranking de emissão de CO2

Com 1,92 bilhão de toneladas de CO2 emitidos em 2008, a China lidera ranking mundial de poluição atmosférica do Centro de Análise de Informações sobre CO2 dos Estados Unidos. Os americanos estão na segunda colocação, com 1,54 bilhão de toneladas, seguido da Índia, com 479 milhões. O Brasil está na décima quinta colocação, emitindo 111 milhões de toneladas de CO2.

Instituto Humanitas Unisinos, Internet, 10-3-10

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