Brasil: venda ilegal de milho transgênico será apurada

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País Brasil

Ministério da Agricultura vai investigar a denúncia, feita pelo deputado estadual Frei Sérgio Gôrgen (PT-RS), de venda ilegal de milho transgênico no Rio Grande do Sul

O superintendente federal da Agricultura no Estado, Francisco Signor, estava ontem (dia 17) em Brasília e não tinha detalhes sobre o caso.

Ele disse que a denúncia será investigada pelo Ministério, mas são necessárias indicações mais precisas sobre a localização de plantações de milho transgênico. "Se descobrirmos que alguém plantou, vamos destruir a lavoura, multar e abrir um processo contra o agricultor", disse.

Gôrgen encaminhou à Polícia Federal e à Superintendência da Agricultura a denúncia de venda de sementes de milho transgênico resistentes ao herbicida glifosato. O produto foi comprado em uma agropecuária no município de Barão do Cotegipe e teria sido contrabandeado da Argentina.

O deputado disse que pediu a um amigo para comprar as sementes, após receber denúncia anônima. O produto foi analisado pelo laboratório Alac, de Garibaldi (RS), que indicou um índice de transgenia de 27,5%. Gôrgen também comunicou o fato, por e-mail, ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.

"Foi o mesmo que aconteceu com a soja transgênica a partir de 1996. Pequenas quantidades foram contrabandeadas até que se criou um fato consumado", afirmou. Hoje o plantio de soja transgênica está legalizado no país e a regulamentação da nova Lei de Biossegurança deve ser publicada nos próximos dias.

Iwao Miyamoto, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), disse que o contrabando de sementes de milho já ocorria no Estado e o mesmo ocorre com sementes transgênicas de soja e algodão. Ele disse ainda que hoje o Ministério da Agricultura não fiscaliza as vendas nas agropecuárias.

Narciso Barison Neto, presidente da Apassul (que reúne as sementeiras gaúchas), confirmou que a venda de semente contrabandeada da Argentina é comum e que, neste ano, as vendas de sementes legais no Estado caíram 30% em razão do avanço do uso de produtos "piratas".

Valor Econômico, Brasil, 18-11-05

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