Brasil: transgênicos em destaque

Por ADITAL
Idioma Portugués
País Brasil

Começou ontem, 13, em Curitiba, o 3º Encontro de Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP3), que precederá a Convenção de Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica

Representantes dos governos de mais de 150 países, organizações não governamentais e setores da sociedade civil organizada nacional e internacional participam do encontro. Só a Monsanto, multinacional estadunidense, participa com 15 pessoas na delegação do Brasil. "Estamos surpresos com o numero de participantes da Monsanto, uma vez que o Itamaraty restringiu a quantidade de pessoas para participar da delegação brasileira", diz Gabriel Fernandes, da Campanha Por um Brasil Livre de Transgênicos.

Segundo o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), um dos pontos de maior discussão no Protocolo é a identificação dos organismos geneticamente modificados no transporte internacional. A Via Campesina espera que o Brasil defenda a expressão "contém OVMs (organismos vivos modificados)" em rótulos de sementes ou alimentos geneticamente modificados. "A única forma da sociedade garantir que os responsáveis pelos danos causados à saúde ou ao meio ambiente sejam punidos, é exigir que esses produtos sejam identificados com a expressão "contém OVMs", alerta Altacir Bunde, da Via Campesina.

Já as multinacionais defendem a opção "pode conter OVMs". Elas alegam que a rotulagem poderá encarecer os produtos, tornando inviável a produção. Para Fernandes, esse é um argumento falso. "Se transgênico fosse bom, as empresas adotariam a rotulagem", afirma.

Empresas brasileiras estão boicotando a identificação e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) apóia os interesses delas. "A Monsanto, Bayer e outras empresas apostam na difusão maior de seus produtos. A expressão "pode conter OVMs" facilita a entrada ilegal de sementes transgênicas no país e a cobrança de royaltes", conta Fernandes.

ADITAL, Internet, 14-3-06

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