Brasil tem exportação recorde de milho


Prensa

Folha de S.Paulo, Brasil, 12-6-01

http://www.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u23934.shl   

Brasil tem exportação recorde de milho
FABIO EDUARDO MURAKAWA



Com esses ingredientes, o Brasil conseguirá nos próximos dias um feito impensável no início do ano: as exportações de milho atingirão a marca de 2,5 milhões de toneladas antes do fechamento da primeira quinzena de junho.

Segundo a Folha de S.Paulo apurou, até a última semana os embarques executados e programados nos portos de Paranaguá, Santos, Rio Grande e São Francisco, por onde o milho brasileiro é enviado ao exterior, já somavam 2,376 milhões de toneladas.

Somente Paranaguá, o principal corredor de exportação do grão, já havia embarcado 1,725 milhão de toneladas. E o ritmo dos embarques continuava forte.

Já é unânime no mercado a previsão de que os embarques este ano devam alcançar pelo menos 3 milhões de toneladas, o que traria uma receita próxima a US$ 260 milhões. Os mais otimistas já arriscam 4 milhões de toneladas.

''É bom lembrar que o Brasil, até o ano passado, era o oitavo maior importador de milho do mundo'', diz Rossana Catie Bueno de Godoy, do Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná).

Dados do governo argentino comprovam a tese de Catie. As vendas do país vizinho para o Brasil somavam 100 mil toneladas até 1º de junho. No mesmo período do ano passado, o número era oito vezes maior.

Parece contraditório, mas a reviravolta no comércio brasileiro do milho começou com a quebra da última safra por conta do clima. A escassez do produto fez os preços dispararem no ano passado, o que estimulou o plantio e gerou um quadro de excesso de produção para este ano.

As previsões desta safra variam entre 38 milhões de toneladas e 40 milhões de toneladas. O consumo, porém, deve ficar estagnado em 36 milhões de toneladas.

A estimativa de uma supersafra fez as cooperativas se moverem em busca de mercados consumidores no exterior.

A estratégia começou, em caráter experimental, no último trimestre de 2000, quando algumas cooperativas paranaenses embarcaram cerca de 250 mil toneladas.

No início deste ano, falava-se que o país poderia embarcar até 1 milhão de toneladas.

As cooperativas brasileiras, porém, encontraram um cenário favorável, o que contribuiu para a elevação desse número.

No exterior, cresce a rejeição pelo milho transgênico StarLink. Misturado nos armazéns dos EUA a outras variedades, ele pode provocar reações alérgicas em seres humanos.

''Quem precisa de milho para consumo humano vem direto ao Brasil, pois sabe que aqui não há traços do StarLink'', diz Paulo Molinari, da Safras & Mercado.

No Brasil, o plantio de transgênicos não está liberado. A própria associação de produtores de milho dos EUA (American Corn Growers Association), reconheceu na última semana essa vantagem competitiva do Brasil.

Aliado a isso, o dólar subiu de R$ 1,70 no ano passado para R$ 2,35 recentemente. Assim, parte dos produtores pôde ignorar os baixos preços internos e partir para as exportações. E, se o mercado não pagar um preço remunerador, a tendência é que as vendas externas aumentem.
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