Brasil: pesquisadora afirma que CTNBio se preocupa pouco com biossegurança

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País Brasil

A rápida liberação de estudos e da comercialização de cultivos transgênicos mostra que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) é favorável aos organismos geneticamente modificados. A avaliação é da pesquisadora titular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Lia Giraldo, que pediu afastamento da CTNBio, em maio, por divergir da maneira que as reuniões são conduzidas

Desde que o governo federal aprovou a redução do quorum de 18 votos para 14, as liberações de transgênicos destravaram na Comissão. Já foram aprovados novos tipos de algodão e de eucalipto geneticamente modificados. Até 2009, a transnacional Monsanto pretende conseguir a liberação de variedade da cana-de-açúcar. A CTNBio também aprovou, nesta semana, a comercialização do milho transgênico Liberty Link, da Bayer. Mas uma decisão judicial do Paraná impediu novas liberações e ainda exige outras avaliações da variedade da empresa.

Para Lia, está claro que a CTNBio vem cedendo às pressões de grandes empresas e produtores. “A questão é que a pressão pela liberação comercial é maior que o tempo necessário para se verificar questões de biossegurança. É isto que nos preocupa. A CTNBio tem um perfil majoritário de pessoas que são desenvolvimentistas em biotecnologia, não em biossegurança. Isto dá o viés de análise muito menos de precaução do que se espera de uma comissão”, diz.

A liberação do eucalipto transgênico aponta outro problema: a falta de fiscalização do governo. Empresas como a Aracruz Celulose, Suzano e Alelix já realizam pesquisas com eucaliptos geneticamente modificados, antes mesmo da liberação da CTNBio. O perigo, segundo Lia, está na contaminação genética dos cultivos e do meio ambiente. “O grande problema é a liberação destes produtos no meio ambiente. A gente sabe que existe a dificuldade de você controlar os riscos”, afirma Lia.

A próxima reunião mensal da CTNBio será nos dias 18 e 19 de julho, em que novos transgênicos, entre eles o milho, devem entrar na pauta.

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AEN, Brasil, 28-06-07

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