Brasil: permanece o impasse sobre os royalties da Monsanto
Não foi dessa vez que o impasse entre produtores de soja e a Monsanto sobre a cobrança de royalties sobre sementes transgênicas terminou
Mesmo depois de um dia inteiro em reunião, representantes do setor produtivo e a empresa não chegaram a um acordo sobre o valor e a forma de pagamento dos royalties pela tecnologia desenvolvida pela Monsanto para a produção de soja transgênica.
A Monsanto quer que os compradores de sementes de soja transgênica paguem R$ 0,88 por quilo de semente no ato da aquisição do produto. Os produtores, por outro lado, aceitam pagar 2% sobre a saca da soja na hora da comercialização do grão. Em valores de hoje, com a saca cotada a cerca de R$ 26, o royalty seria de R$ 0,52, abaixo do pretendido pela Monsanto.
O argumento é que o produtor quer pagar os royalties quando estiver com o produto pronto para a comercialização e não antes da safra, na época de compra da semente, o que encareceria o custo de produção e aumentaria o prejuízo no caso de quebra de safra.
Segundo o vice-presidente da Confederação da Agricultura e pecuária do Brasil (CNA) Carlos Sperotto, no Rio Grande do Sul, estado onde 95% da soja cultivada é com sementes transgênicas, já houve acordo. No entanto, ele preferiu não fornecer detalhes porque a proposta - acordada entre a Monsanto e a Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apasul)-, porque ainda depende da aprovação dos produtores, o que será feito nesta semana na assembléia.
Na reunião ficou decidido que os produtores dos demais estados devem esperar a decisão do Rio Grande do Sul para dar andamento às negociações. A tendência, explicou o representante de classe, é que a proposta do Sul seja absorvida pelos outros estados produtores de soja.
Conselho de Informações sobre Biotecnologia, Internet, 17-8-05