Brasil: na Paraíba, atividade discute agronegócio e articula Via Campesina
A III Festa das Sementes da Paixão, realizada entre os dias 23 e 25 de julho, no município de Lagoa Seca (PB), discutiu o tema: Alimento Sagrado Livre de Veneno e Contra o Agronegócio
A atividade foi organizada com o apoio da Via Campesina, que reuniu famílias de agricultores de sete regiões do estado e de outras localidades, como Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
Debates, carrossel de experiências, teatro, reuniões, palestras, caminhada, entre outras atividades, fizeram parte da programação, que foi dividida em momentos de formação, nos dois primeiros dias, o ato político e a tradicional feira, no encerramento da festa.
Durante a formação, que aconteceu no Convento Ipuarana, cerca de 400 agricultores e agricultoras discutiram, entre outros temas, o impacto do agronegócio na Paraíba e os riscos da contaminação por agrotóxicos.
A representante do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Adélia Schmitz, também participou da Festa onde falou sobre a experiência das mulheres no 8 de março, no enfrentamento ao agronegócio durante a ação na Aracruz Celulose.
No carrossel de experiências, foi a vez das famílias de trabalhadores rurais trocarem conhecimentos sobre os temas: sementes nativas, criação animal, hortaliças, roçados e cooperativa.
Antes do encerramento da festa, cerca de 1.500 integrantes da Via Campesina marcharam pelo centro da cidade de Campina Grande, apresentando à população à preocupação dos movimentos sociais do campo no resgate das sementes e contra o agronegócio.
A Praça da Matriz foi palco do encerramento da festa. Nesse espaço também foi montada uma feira livre onde foram comercializados produtos agroecológicos e compartilhada as sementes da paixão. Nesse dia, estima-se que tenham circulado mais de 3 mil pessoas na feira, entre os participantes do evento e os moradores da cidade.
No último dia, como resultado final da Festa, foi lida a Carta Política do evento que denuncia a agricultura da morte e mostra a necessidade de se produzir no sistema agroecológico. O documento trouxe os resultados das discussões dos dois dias de formação, destacando a importância do conhecimento construído e socializado de geração em geração, a partir das sementes da paixão.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Internet, 8-7-06