Brasil: manifesto defende a Reforma Agrária e critica o agronegócio
Movimentos sociais do campo lançaram manifesto em defesa da Reforma Agrária durante ato realizado na Câmara Federal. Também defenderam a produção e acesso a alimentos saudáveis, a agroecologia e os direitos sociais dos trabalhadores rurais.
O documento foi lançado nesta terça-feira (28). É assinado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pela Via Campesina, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf), entre outras entidades que fizeram uma reunião no começo desta semana em Brasília.
As entidades mais representativas do meio rural no Brasil consideraram a reunião “um momento histórico", e “esperam a adesão e o compromisso dos dirigentes presentes com este processo”. No manifesto, criticam o modelo de agricultura baseado em latifúndios e nos agrotóxicos, apontando o “aprofundamento do capitalismo dependente no meio rural”.
No manifesto, destacam problemas gerados pela concentração de grandes propriedades de terra: contaminação dos alimentos por venenos; a destruição ambiental; a criminalização dos movimentos, lideranças e lutas sociais; e a expulsão de famílias do campo.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) aponta que somente 6 mil e 72 famílias foram assentadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2011. De acordo com dados do próprio Incra, no país existem aproximadamente 180 mil famílias buscando receber um pedaço de terra para plantar.
O manifesto dos movimentos sociais afirma que a atual realidade realidade no campo também promove “exclusão e violência” nas cidades. Diante disso, os movimentos sociais do campo prometeram seguir com “um processo de luta unificada em defesa da Reforma Agrária”.