Brasil: lei estadual vai proibir transgênicos no Paraná, por Mirian Gasparin

Até agosto o Paraná deverá ter uma lei estadual que discipline a plantação e comercialização de produtos geneticamente modificados

No dia 24 próximo, na Assembléia Legislativa do Paraná, haverá uma audiência pública para discutir o assunto. Mas o secretário estadual da Agricultura, Orlando Pessuti, antecipou ontem, durante reunião com empresários ligados ao setor de exportação e importação, que o governo do Paraná vai continuar proibindo a plantação de produtos transgênicos e a sua exportação através do Porto de Paranaguá, mesmo que o governo federal opte pela liberação da produção e venda de alimentos geneticamente modificados.

Pessuti adianta que para a próxima safra de soja vai ao interior do estado pedir que os agricultores não plantem transgênicos. "Também somos contrários à exportação e industrialização no estado de produtos geneticamente modificados", alerta.

Empresários do setor de exportação presentes ao encontro realizado no prédio da Emater-PR não apresentaram posição única sobre os transgênicos. A gerente da ADM Importação e Exportação S/A, de São Paulo, Célia Terra, disse a Pessuti que as empresas internacionais não perguntam se a soja é transgênica ou não. "Elas simplesmente querem o produto." Já no caso do milho, o importador pede certificado de que o roduto não é geneticamente modificado. Os importadores também não pagam mais pela soja convencional.

O representante da CBL, Washington Viana, teme que o Porto de Paranaguá, que hoje tem um grande conceito no que se refere a embarques, tenha sua capacidade reduzida com a proibição aos transgênicos.

O diretor de Desenvolvimento Empresarial do Porto de Paranaguá, Orsival Francisco, afirmou ontem que se o Brasil passasse a comercializar produtos transgênicos seria mais um país entre tantos que já vendem produtos geneticamente modificados. Ele vê como um bom negócio a exportação de soja convencional e garante que a Ásia tem potencial para ampliar as compras de soja do Brasil, preferindo certamente o produto convencional.

Gazeta do Povo, Brasil, 16-6-03

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