Brasil: indígenas retornam ao território após ataque que matou cacique

Idioma Portugués
País Brasil

Os indígenas Guarani Kaiowá, do acampamento Tekoha Guaiviry, começam a retornar ao local após o ataque que sofreram na última sexta-feira (18). O território fica no Mato Grosso do Sul, entre os municípios de Amambaí e Ponta Porã

De acordo com o conselho da Aty Guasu, o indígena Nísio Gomes, executado por pistoleiros que invadiram o acampamento, teria feito um pedido aos indígenas. O movimento político Guarani Kaiowá afirma que o cacique chegou a falar, pouco antes de cair inconsciente, para seu povo não desistir da luta pelo território tradicional.

Alguns dos indígenas chegaram a prestar depoimento na Delegacia da Polícia Federal em Ponta Porã. Eles disseram que, além do cacique, pelo menos outros três jovens foram atingidos pelos pistoleiros. Um se encontra hospitalizado e os outros dois estão desaparecidos. Ainda não se tem o número exato de vítimas, justamente porque a comunidade se dispersou para a mata com o objetivo de se proteger do ataque.

A área ocupada pela comunidade está em processo de identificação desde 2008 e em fase de conclusão do relatório pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Há ainda um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público Federal (MPF) em execução, referente ao processo de demarcação da Terra Indígena.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) responsabilizou a presidenta da República, Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o presidente da Funai, Márcio Meira e o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, pela chacina praticada contra a comunidade Guarani Kaiowá.

O ataque no Mato Grosso do Sul tem como principal causa o conflito pela posse do território. De acordo com o Conselho, “ o Poder Executivo tem sido omisso, negligente e subserviente”. Com isso, “promove e legitima as práticas de violências” contra os indígenas.

Púlsar Brasil, Internet, 23-11-11

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