Brasil: governo começa a liberar transgênicos, permitindo que Ibama autorize pesquisas
Avança no governo a posição dos que defendem a liberação de pesquisas de transgênicos, até então vetadas no bojo da proibição de plantio e comercialização de produtos geneticamente modificados
Hoje (2) o ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, defensor dos transgênicos, considerou "um avanço" a medida que permite ao Ibama emitir licenças para a produção de transgênicos para estudos científicos. "As pesquisas nesta área estavam paradas e corríamos o risco de perder todo o conhecimento que já haviamos adquirido", disse Rodrigues, anunciando que, brevemente, a Casa Civil da Presidência da República estará terminando o projeto que regulamenta a produção de transgênicos em escala comercial, para ser enviado ao Congresso Nacional. Ontem (1), na convenção nacional, o Partido Verde praticamente fechou questão contra os transgênicos, embora admitindo a pesquisa. Organizações não governamentais que vêm impedindo a entrada das sementes transgênicas no Brasil, através de ações na Justiça, estão preocupadas com o novo passo, dado em surdina, pelo governo. Segundo a Agência Brasil, o ministro declarou que seu Ministério vem sofrendo pressões relativas ao assunto. "Há muitos setores agrícolas, principalmente da região Sul do país, que tem interesses na produção de transgênicos, já que eles sofrem concorrência de agricultores argentinos, onde o cultivo é permitido", afirmou. O Ministério da Agricultura vem mantendo o controle sobre o risco de contaminação da doença da 'vaca louca', diagnosticada também no Canadá. "Estamos fiscalizando as 3 mil vacas que que foram importadas daquele país para o Brasil, e como já fizemos um controle anterior destes animais acredito que não há riscos de contaminação do rebanho brasileiro", disse. As declarações foram feitas, na sede do Ibama,em Brasília, durante café da manhã comemorativo do início da Semana do Meio Ambiente. O ministro participou como convidado de sua colega do Meio Ambiente, Marina Silva. (Veja também www.greenpeace.org.br, www.mma.gov.br, www.ibama.gov.br).
Vía Ecológica, Internet, 2-6-03