Brasil: congressistas questionam modelo de aprovação de transgênicos da CTNBio

Idioma Portugués
País Brasil

Cerca de 2300 congressistas reunidos no quinto Congresso Brasileiro de Agroecologia ocorrido no inicio deste mês em Guarapari (ES), aprovaram uma moção de repúdio aos procedimentos encaminhados na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio para a aprovação do uso de modalidade de milho transgênico

Somente este ano, a CTNBio, vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, já aprovou o plantio comercial de três variedades de milho transgênico. A última modalidade conhecida como BT11, resistente a insetos, da multinacional Syngenta, foi aprovada no dia 21 de setembro.

Segundo a integrante do Greenpeace, Gabriela Vuolo, os protestos acontecem porque a CTNBio não tem critérios para a avaliação dos pedidos de liberação comercial, nem metodologias para análise de risco dos transgênicos.

“É uma falta de critério científico o que eles têm feito até agora. A Comissão Técnica [CTNBio] até agora não tem nada, porque não tem absolutamente norma nenhuma. Não tem norma pra pequisa em campo, não tem norma para liberação comercial, não tem norma pra coexistência e monitoramento. Eles aprovam os processos do jeito que eles bem entendem”.

Gabriela relata como a falta de critérios gera distorções nas aprovações dadas pela CTNBio.

“Por exemplo, a Bayer disse que apresentou estudo de impacto ambiental, daí você pega as páginas deste estudo e vê que na verdade é um estudo de eficiência agronômica, e que serve pra ver se o transgênico funciona e se realmente resiste ao agrotóxico. Isso não é estudo de impacto ambiental, mas a CTNBio aceita justamente porque não há norma. Isso é um absurdo”.

De São Paulo, Juliano Domingues

RadioagênciaNP, Brasil, 11-10-07

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