Brasil: comunidade tradicional é expulsa de suas terras por Usina
Termina hoje (04/11) o prazo para que uma das últimas famílias residentes nas Ilhas de Sirinhaém, no litoral de Pernambuco, seja retirada de sua casas caso não aceite ser removida. O local será ocupado por uma Usina de cana-de-açúcar
A pescadora artesanal Maria de Nazareth que vive com seus filhos se recusa a deixar o local no qual, segundo ela, viveram todos os seus familiares. Nazareth conta que todos os outros pescadores, que foram despejados pela Usina, hoje vivem na miséria na periferia de Sirinhaém.
O conflito entre a população tradicional e a Usina Trapiche começou há 25 anos e já foi responsável pela expulsão de 51 famílias. Apesar do Juiz responsável pelo caso, Luíz Mário de Miranda defender a reintegração de posse a favor da Usina, as terras pertencem a Marinha. Ao longo desses anos, os moradores foram ameaçados e já tiveram suas casas destruídas pela empresa. A plantação de cana-de-açúcar em terras públicas é proibida pela legislação nacional.
Em reação, desde 2006 as famílias, com o apoio da população local, da Colônia e da Associação de pescadores e por diversas organizações solicitaram ao ICMBio e ao Ibama o pedido de criação de uma Reserva Extrativista (Resex) na área. Dessa forma, a área se manteria preservada e com a população de origem.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, o processo administrativo para a criação da Reserva já foi concluído, e depende apenas de uma posição favorável do Governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, para que seja criada.