Brasil: começa conferência que irá definir futuro dos transgênicos
O último ano em que países de todo mundo debateram questões relacionadas ao meio ambiente foi em 2002, na capital da África do Sul
De lá pra cá, a maioria dos países continua proibindo o uso de organismos geneticamente modificados, em boa parte dos casos, por não haver até hoje pesquisas conclusivas sobre conseqüência dos transgênicos à saúde e à agricultura.
Para debater questões como a liberação ou não dos transgênicos, cerca de 5 mil delegados devem se reunir em Curitiba (PR) a partir desta segunda-feira (13) para dois debates internacionais sobre o tema: o 3º Encontro das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP-3), que vai até o dia 17, e a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-8), que acontecerá de 20 a 31 de março.
Apesar de não terem autorização oficial de seus governos, alguns produtores utilizam sementes transgênicas em plantações, o que pode ocasionar a contaminação de terras vizinhas. Segundo o relatório global sobre contaminação do meio ambiente por organismos geneticamente modificados divulgado recentemente pelas duas organizações não-governamentais (Ongs), Greenpeace e GeneWatch, foram registradas contaminações em 39 países, o dobro daqueles que permitem oficialmente seu cultivo.
Para se contrapor à liberação dos transgênicos e também para protestar contra o que consideram visão mercadológica das conferências sobre agricultura e meio ambiente, a Via Campesina (organização internacional de movimentos do campo) promove o “Acampamento Terra Livre de Transgênicos” que promete reunir seis mil agricultores e ativistas em Quatro Barras, cidade a 20 quilômetros de Curitiba. Segundo nota do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), as conferências não refletem o pensamento do povo, mas de multinacionais e empresas que estão influenciando a pauta.