Brasil: carvoaria de eucalipto põe em risco saúde de assentados no Maranhão
Na tarde de sexta-feira (15/12), trabalhadores e trabalhadoras rurais do Assentamento Califórnia denunciaram ao conselho municipal de saúde de Açailândia (MA) a atuação perigosa da empresa Ferro Gusa Carajás S/A
A empresa, ligada à Companhia Vale do Rio Doce, tem mais de 180 mil hectares de terras na região sul do estado, sendo 40 mil hectares destinados ao plantio de eucaliptos, que abastece as siderurgias de ferro gusa no pólo industrial de Pequiá, em Açailândia.
A carvoaria da empresa, que dispõe de fornos industriais com capacidade de produzir 90 m³ por unidade, está localizada a menos de 800 metros da agrovila do assentamento e a fumaça provocada pela combustão dos eucaliptos vem provocando vários problemas de saúde nas famílias Sem Terra.
“Queremos apoio das autoridades municipais junto à comunidade para darmos um basta a esta poluição provocada pela carvoaria”, relata Junior Mendes, integrante do setor de Direito Humanos do MST no Maranhão. “Até agora o Ministério Público e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ainda não se manifestaram sobre a denúncia feita a ambos no início deste ano”, denuncia.
Segundo Nonnato Masson, advogado do Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos de Açailândia, “as carvoarias de grande porte próximas a comunidades são comuns nesta região do estado e as secretarias municipais de Saúde e de Meio Ambiente não podem silenciar em um caso deste”.
Para o secretário de Saúde município, Marcondes Leite, “além de um crime ambiental trata-se ainda de uma agressão à saúde humana”. Ele garantiu que irá solicitar uma fiscalização da vigilância ambiental do estado e também um levantamento de impacto ambiental da atividade.