Brasil: ato em Pernambuco denuncia descaso com comunidades tradicionais
Pescadores e estudantes fazem hoje (22/11) um ato em Pernambuco em favor do meio-ambiente e das comunidades tradicionais. Eles protestam contra o Complexo Industrial Portuário de SUAPE e a defendem a criação de uma reserva em Sirinhaém
O ato também denuncia a atual forma como os políticos locais exaltam o desenvolvimento sócioeconomico do nordeste. Para os universitários e as comunidades tradicionais, esse desenvolvimento não inclui a melhoria da qualidade de vida de indigenas, quilombolas e pescadores artesanais.
A crítica recai sobre os grandes empreendimentos como construções de Usinas hidrelétricas e transposições de rios que geram fortes impactos na vida das populações locais.
Um exemplo está na Zona da Mata pernambucana. Em Sirinhaém, a usina de cana-de-açúcar Trapiche expulsou 50 famílias de pescadores locais com um mandado judicial.
No entanto, apesar do consentimento da Justiça, as famílias, junto de ambientalistas e estudantes denunciam as diversas irregularidades cometidas por essa empresa.
A Terra de Direitos, a Comissão Pastoral da Terra e outras organizações ingressaram com pedido de implantação de uma Reserva Extrativista na área. Os estudos foram concluídos e sinalizam positivamente para a implantação. Falta apenas a aprovação do Governador do estado, Eduardo Campos, para a implantação de uma Reserva Federal ou a deliberação para uma Reserva Extrativista Estadual.
O protesto também denuncia a implantação do Porto de Suape, no município de Ipojuca, responsável pelo desemprego de pescadores e extrativistas locais bem como da degradação ambiental da área.