Brasil: ameaçado de despejo, quilombo Rio dos Macacos continua em alerta
A comunidade quilombola, localizada no subúrbio da capital baiana Salvador, vem denunciando há anos diversas violações de direitos humanos praticados pela Marinha na região. Agora, sofre com a ameaça de despejo, marcado para o próximo domingo (4).
A comunidade resiste à investida. No início dessa semana, os moradores do quilombo Rio dos Macacos se reuniram com a Secretaria Geral da Presidência da República na própria comunidade. Estiveram presentes representantes de movimentos sociais, de entidades do governo da Bahia, do Instituto Palmares e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Todos os órgãos do governo tiveram que passar pelos mesmos constrangimentos de revista por parte da Marinha que os quilombolas passam quando têm de entrar na comunidade. Os quilombolas acreditam que a reunião foi uma vitória. Na ocasião, Diogo Santana, da Secretaria da Presidência da República, disse que qualquer solução para o problema passará pelo diálogo com a comunidade.
Além disso, Santana chegou a garantir o adiamento do despejo em pelo menos cinco meses. Porém, a comunidade segue em alerta e continua mobilizada, lutando pela permanência no território. Mesmo com a promessa de adiamento, a liminar que decreta a saída dos moradores para o próximo domingo (4) continua valendo.
Impedidos pela Marinha de plantar e pescar, os moradores do quilombo Rio dos Macacos passam por dificuldades econômicas. Por isso, a comunidade, junto com a Campanha Somos Quilombo Rio dos Macacos, convoca para um ato de doação de alimentos para o dia 4 de março. A ação será realizada em frente ao posto do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em Simões Filho, cidade a 20 quilômetros de Salvador.