Brasil: algodão: CTNBio libera plantio comercial de variedade da Monsanto
Os membros da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) liberaram hoje o plantio comercial de uma variedade de algodão transgênico desenvolvida pela multinacional norte-americana Monsanto
Brasília, 17 - A variedade de algodão, chamada tecnicamente Bollgard, é resistente a insetos. A Monsanto apresentou o pedido de liberação em setembro de 2004, informou a assessoria de imprensa da CTNBio.
A Comissão se reuniu por dois dias e, no primeiro dia de trabalho, ontem, especialistas em transgenia fizeram uma apresentação aos membros da CTNBio. Na ocasião, os cientistas mostraram aos integrantes da Comissão que o algodão desenvolvido pela multinacional é biosseguro e não causa danos à saúde humana e ao meio ambiente.
A CTNBio fará na próxima terça-feira dia 22 uma reunião extraordinária para analisar outros dois pedidos de liberação para plantio comercial de algodão transgênicos.
Hoje a CTNbio liberou para plantio comercial uma variedade desenvolvida pela Monsanto resistente a insetos. A multinacional apresentou um segundo pedido para a liberação de algodão tolerante a um herbicida, o glifosato. O terceiro pedido referente ao algodão é da Bayer, para uma variedade resistente a um outro tipo de herbicida, o Glufosinato de Amônia. A reunião da CTNbio desta semana foi a primeira após a aprovação do projeto de Lei de Biossegurança. A idéia de convocar a reunião extraordinária é para agilizar os processos que devem ser analisados pela comissão.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem até quinta-feira da próxima semana (24) para sancionar o Projeto de Lei de Biossegurança, informou a Casa Civil da Presidência República. O PL, número 2401/03, foi aprovado pelo Congresso Nacional no último dia 2. Os parlamentares definiram critérios para as pesquisas com células-tronco e também para experimentos e plantio comercial de sementes geneticamente modificadas, os transgênicos.
A Casa Civil informou que estão sendo feitas análises de mérito, constitucionalidade e legalidade do texto aprovado pelo Congresso Nacional. Até a assinatura do presidente, todos os ministérios e órgãos interessados serão ouvidos e poderão encaminhar suas opiniões à Casa Civil. As sugestões servirão para subsidiar a decisão do presidente. Ao todo, 15 ministério estão envolvidos nas discussões. O PL foi aprovado por 352 votos a favor, 60 contrários e uma abstenção.
Fabíola Salvador
Agência Estado, Brasil, 17-3-05